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Uma puta como as outras.

por Fernando Lopes, 28 Dez 16

musico_cedofeita.jpg O homem, a guitarra, a liberdade. Ainda e sempre em Cedofeita.

 

Sais de casa no eu primeiro dia de férias de ano novo. No cruzamento de Oliveira Monteiro com Nossa Senhora de Fátima, na esplanada da velha confeitaria, um homem toca clarinete para ninguém, só pelo prazer de tocar. Em Cedofeita páras para conversar com outro músico de rua já teu velho conhecido. Na rua da Fábrica um asiático tira sons melodiosos de uma espécie de xilofone. Invejas-lhes a liberdade. Depois reflectes e vês como te tornaste prisioneiro do teu modo de vida: salário confortável, apartamento em zona nobre da cidade, casa de campo, férias em destinos «exóticos», popó de quase 200 cavalos. Não escolheste este ou outro caminho, o destino simplesmente empurrou-te. És uma puta, uma puta como as outras, talvez mais venal. Essas só transaccionam o corpo, tu, meu merdas, vendes diariamente a tua liberdade. Consolas-te com o fraco pensamento que a tua cabeça é inexpugnável, nela reside o teu espaço último de independência.

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