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Um pecado quase mortal.

por Fernando Lopes, 12 Jul 17

Falava de onde morava quando solteiro, e de como as casas naquela rua tinham jardim e ou quintal, como isso se perdeu nos dias de hoje. Na Álvares Cabral onde passei trinta anos quase todas as residências tinham as duas coisas. Depois de a minha vizinha, D. Maria, ter morrido – ela é que matava as galinha da avó, as que andavam lá pela capoeira morriam de velhice, já sem penas, frágeis, sem conseguir debicar.

 

Depois recordei um episódio cómico da minha juventude. Essa vizinha tinha um cão muito pequeno e anafado, de uma voracidade indescritível. A senhora chama-me aos gritos. O bandido tinha conseguido abrir a porta do galinheiro, morto duas galinhas e comido uma e meia. Seria quase o seu peso. No meio de um mar de penas e tripas, uma cabeça e partes várias de galináceo, o canito estava deitado, a boca muito aberta, língua de fora. Estava a morrer de enfartamento. Embrulho-o numa manta, meto-o no carro e levo-o para o veterinário que lhe conseguir limpar o estômago e  fazer vomitar o que a gula não tinha permitido digerir. Ri ao relembrar o episódio, a prova que a gula pode ser um pecado quase mortal.

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4 comentários

De Carlos A. de Carvalho a 12.07.2017 às 21:38

Quando morava em África ,passou perto de mim uma família nativa com um rafeiro tão magro, que dava literalmente para contar as costelas . Perguntei se o rafeiro não comia e tive a seguinte resposta : come  , come muito , nós que não damos .

De Fernando Lopes a 12.07.2017 às 22:04

Como nas pessoas há animais que nunca estão cheios. Tive um cão assim, magrito, mas que comia este mundo e o outro.

De Anónimo a 13.07.2017 às 11:21

Eu saio barato.
Filipe das saudosas coivas 

De Fernando Lopes a 13.07.2017 às 18:28

És moço de pouco sustento, bem sei.
Fernando a comer couves sozinho

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