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Turismo, turistas e a portolândia.

por Fernando Lopes, 22 Out 16

Acordei cedo. Como as minhas mulheres iam ao cabeleireiro decidi dar uma volta a pé. Esta expressão significa quase sempre um regresso ao meu útero urbano, Cedofeita. Assim foi. Gosto de parar na esplanada junto à subida do Mirante. É um sítio despretensioso, um café que não pretende ser mais do que é. Os sítios assim são cada vez mais raros, os novéis proprietários procuram dar um ar sofisticado até a uma padaria. Farto desta patine de pechisbeque procuro o básico, sem rodriguinhos ou tretas.  Mesmo ao lado fica um hostel, a rua está cheia deles. Face ao vai e vem de turistas, questiono o proprietário. Talvez o futuro esteja mesmo no turismo. Os hotéis e hostels vizinhos, que na época baixa do ano passado se quedavam por uma ocupação de 50%, esperam entre Outubro e Abril uma taxa de 75%. À noite, diz-me, quase só serve estrangeiros. Fala-me das pessoas que saíram da zona por causa do barulho nocturno, de apenas existirem estes vizinhos temporários. Entristece-me. Todas as minhas velhinhas morreram, cada vez mais a baixa é um playground de turistas, e uma cidade sem moradores é algo artificial. Chama-me saudosista, mas ainda aspiro a uma cidade onde habitantes e turistas consigam fazer parte da urbe, não esta que se está a criar onde apenas existem os habitantes esporádicos e os que lá estão para os servir.

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20 comentários

De Fernando Lopes a 26.10.2016 às 18:33

Explica lá essa do zinco, que é uma subtileza que se me escapou.

De belitaarainhadoscouratos a 27.10.2016 às 09:27

Então! Nessas casas ditas gourmet de hamburgueres ou outras, servem as batatas fritas em baldinhos de zinco! Baldinhos de zinco! 
Não admira que haja uma vaga de http://wewantplates.com/


De Fernando Lopes a 27.10.2016 às 19:09

Image. Não conhecia. 

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