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Oh pá, não é só contigo!

por Fernando Lopes, 14 Set 17

«Ao fim de 12 meses de vida em casal, as mulheres mostram quatro vezes menos interesse em ter uma noite escaldante de sexo com o parceiro do que as mulheres em relações mais recentes, segundo revela um novo estudo.»

 

Muito de nós, para não dizer todos, em algum momento nos deparamos com desinteresse sexual por parte das nossas companheiras. Como a sociedade nos condiciona para nos comportarmos como se fossemos touros reprodutores, questiona-mo-nos se o zézinho será suficiente grande, se seremos tão performantes como o amante anterior. Quem assim não pensou ou é muito seguro de si ou mentiroso. O estudo acima linkado não parece depender unicamente da qualidade do amante. Sonhamos com um pénis como o do John Holmes e em manter maratonas sexuais de envergonhar Sting. Parece que elas simplesmente ficam fartas de o fazer com o mesmo tipo. É a anedota dos homens que engordam virada do avesso.

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Cuidado com os homens com quem dormes.

por Fernando Lopes, 28 Nov 16

Não sendo praticante, nada tenho contra sexo ocasional. O que passa, é que é necessário muito cuidado com o feliz seleccionado(a) para essas ocasiões. Não queria dizer isto, em primeiro lugar por ser uma generalização, em segundo por questões de género, mas os homens são uns grandes linguarudos no que às suas conquistas diz respeito. Vai daí uma moça precisa de duplos cuidados quando se deita com gajos sem tento na língua. As actividades com este órgão podem incluir tudo menos falar, o que nem sempre o tal macho consegue. Tomai atenção jovens e não tão jovens moças, em não dormir com gajos com complexos de inferioridade ou que tenham uma esponja tipo bota da tropa. Faça ao deleite de privar com uma moça gourmet, quando estão habituados a rancho, não hesitarão em dar com a língua nos dentes. Não é grave, mas pode tornar-se desagradável. Aconselho-vos pois, para essa prática esporádica, um verdadeiro conquistador, um playboy, ou sex machine. Esses, na esmagadora maioria dos casos ficarão calados. O maior conquistador que conheço é meu amigo, e nunca, nunca, diz nada. Nem a mim.

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A primeira vez nunca é como nos filmes.

por Fernando Lopes, 27 Ago 15

Quando um tipo de 52 anos que apenas dormiu com três mulheres se dispõe a falar de sexo, a coisa corre o risco de ser pouco credível. Um semi-virgem a perorar sobre a sua desértica vida sexual é o ideal para afastar os leitores. Como bem sabem, sou tipo de correr riscos. Ontem, no meio da insónia, fui parar a um site que aconselhava os jovens sobre «a primeira vez». Veio-me à memória a minha. Na época estávamos formatados por filmes e revistas. Na minha imaginação, o meu normal pénis era diminuto face às generosas mangueiras que apareciam nos filmes. As mulheres tinham todas seios de tamanho XXXL e gritavam histericamente perante a simples visão de um falo. Os amantes conseguiam estar horas «naquilo» sem se cansarem.

 

A realidade foi a de dois jovens atrapalhados e apaixonados, não muito seguros do que fazer. Em termos de performance não chegou aos calcanhares do que via dos profissionais da queca. No caso improvável de algum(a) adolescente ler isto, tenho apesar de tudo, alguns conselhos: é melhor quando se está verdadeiramente apaixonado; o prazer do outro é sempre mais importante que o nosso; estão a  fazer amor, não a concorrer a uma maratona.

 

Se a preocupação for mais com o parceiro e menos connosco estamos a meio caminho de transformar o acto sexual naquilo que verdadeiramente importa, dar. Fazer amor com quem amamos é escrever poesia com os corpos.

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O sexo e a meia-idade.

por Fernando Lopes, 23 Mai 15

Há uns anos, um homem da minha idade, no dealbar da perda das suas capacidades sexuais, comprava um descapotável. Antes do Viagra, Cialis, e outras drogas do género, a pose de macho maduro e bem de vida seria suficiente para os tranquilizar. O envelhecimento e a perda progressiva de capacidade sexual é tema de que nenhum homem fala. Ontem por vergonha, hoje porque a química ultrapassou esse problema. Porque o apelo ao vigor, à juventude como valor único, nos entra pela casa dentro, seja pela publicidade ou socialmente imposto, ninguém quer admitir que está a envelhecer, principalmente a nível sexual.

 

É agora comum ver homens da minha idade mandar piadas laterais a mulher de 40 porque «são demasiado velhas». A minha geração é a primeira a quem é proporcionada a possibilidade de ser reprodutor quase ad aeternum.

 

Seria normal, aceitável, desejável até, se fosse para prática e consumo caseiro. Acontece que este «milagre» faz com que muito boa gente perca a noção do ridículo, deixe mulher e filhos para viver uma juventude falsa em que se faz acompanhar de pitas de 20 anos, com uma virilidade plástica comprada na farmácia.

 

Não sou moralista, cada um vive a sua vida como quiser, acho normal que homem mais velho se apaixone por mulher mais nova ou mulher madura por rapagão. Amamos pessoas, não idades. Não acho sensato que se mande uma vida a dois às urtigas apenas porque uma pílula nos permite ter erecções como há 30 anos. E há tanto disso por aí que já começa a ser praga. Não tardará o tempo em que séniores terão falos entumecidos sem estarem absolutamente seguros sobre o que fazer com eles.

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Quero ver as «50 Sombras de Grey».

por Fernando Lopes, 18 Fev 15

Escusado será dizer que não li o livro. Também não sou grande amante de pornografia, bondage, S&M e essa treta toda. Correndo o risco de ser demasiado confessional, na minha vida íntima nunca entraram algemas, vendas, dildos ou acessórios de qualquer espécie. Ter comigo a mulher que desejo é mais que suficiente, brinquedos e acessórios são extras que dispenso de bom-grado. Uma bela mulher ao natural é suficientemente motivante para este vosso escriba.

 

Imagino os preliminares desses «casais tecnológicos». Casal à volta da toy box:

 

- Hoje usamos as algemas ou a máscara de couro?

 

- Preferia o vibrador ou o chicote…

 

- Nada de bolas chinesas?

 

- Hummm, não sei.

 

- Olha filha perdi a vontade, arruma aí os brinquedos que acho que vou dormir.

 

Um homem que se preze tenta sempre compreender as mulheres, mesmo ciente que tal tarefa é irrealizável, daí este meu interesse no filme. O que faz correr a mulherada? Que secretos sonhos ancestrais de submissão esconde a mulher liberada de hoje? Umas palmadinhas no rabo passaram a algo mais que isso? Há uma masoquista em cada uma de vós? No trailer o protagonista diz uma atoarda do género: «I don´t do romance». O romance não se «faz», acontece, e sexo sem romance, embora divertido, é infinitamente menos gratificante que se acompanhado de paixão. Se o filme der uma resposta que seja a alguma destas questões que me atormentam já terá valido a pena, embora o meu sexto sentido – sim, nós homens também temos sexto sentido – me diga que vai ser tempo perdido. Conseguirá o bom do Mr. Grey superar «Pornopopeia» de Reinaldo Moraes? Temo bem que não.

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LIBIFEME.

por Fernando Lopes, 24 Out 12

À volta de uma mesa, numa conversa informal, três amigas de gerações diferentes (30, 40 e 50) falam da sua sexualidade e de um produto (LIBIFEME) que aumenta a líbido. Encaramos este anúncio com normalidade, esquecendo-nos que há apenas 10 anos atrás não seria possível ouvir senhoras respeitáveis a pronunciar a frase "sinto-me mais lubrificada". Nestes pequenos factos, aprecio a alteração de comportamentos relativos à sexualidade. É sinónimo de uma pequena revolução nos costumes a publicidade televisiva a um produto deste tipo. As mulheres de hoje são parte activa nas relações do casal, procuram ter e dar prazer. O facto de entre elas se encontrar uma mulher em idade não reprodutiva é também sintoma de que o sexo já não é encarado como obrigação ou mecanismo de procriação, mas prazer partilhado. Publicidade tão sem graça, encarna uma subtil mudança de paradigma. Tão imperceptível como significante.

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Nós, o sexo fraco

por Fernando Lopes, 8 Mai 12

Os homens são em geral e contrariamente ao que apregoam, extremamente inseguros em relação à sua "performance" sexual. Reparem que coloquei performance entre aspas e  itálico, pois recuso que a minha actividade sexual seja comparada com um carro de corrida. Amar alguém em busca de recordes de orgasmos ou de tempo de duração do coito não faz o mínimo sentido. Desvirtua o acto, que passa a ser a três: eu, a parceira e o ego, como se alguém estivesse a espreitar, pronto a explodir em Vivas!Olés! após a relação sexual.

 

Têm também os homens traumas que passam de geração em geração, como que embebidos no código genético. A pergunta primeira relaciona-se sempre com o tamanho da varinha. Qual o tamanho aceitável para se fazer magia? A varinha do vizinho é maior do que a minha? O segundo trauma está relacionado com a duração do acto sexual. Os outros fazem amor durante 5 minutos, uma hora ou uma noite? Quanto é normal, quanto é bastante? Estes mitos prendem-se com o consumo excessivo de pornografia durante a adolescência. Seremos capazes de comparar tamanhos com John Holmes e ser um fundista sexual?

 

Convenhamos que nestas coisas de sexo, o masculino é brutalmente desfavorecido. Precisa de a) ter uma varinha b) pô-la de pé c) aguentar neste "estado feliz" o máximo de tempo, até empalidecer devido ao facto de todo o fluxo sanguíneo se concentrar no falo. Somos sexo fraco, orgânica e psiquicamente, com a cabeça cheia de mitos e inseguranças, o nosso único porto de abrigo é uma companheira colaborante, atenciosa, que transmita segurança. E que as há, há ...

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