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O homem que gostava de flores.

por Fernando Lopes, 8 Mar 15

canteiro.jpgCanteiro, flores vivas, outras nem por isso, na Avenida de França

 

Meio-dia. Inicio uma das habituais caminhadas pelo centro da cidade. Pela primeira vez este ano retomo a minha indumentária favorita: pólo, jeans e botas de montanha. A brisa traz cheiro de Primavera, chilrear de passarada, cães com um sorriso de felicidade. 

 

Noto a profusão de flores; num ápice, canteiros desabrocharam, árvores floriram, como que aproveitando estes dias de sol para se exibirem orgulhosamente. Penso que gosto de flores. Por ser um presente efémero ou considerado pouco másculo, aos homens nunca se oferecem flores, mesmo aos que como eu as apreciam. Recebi flores uma ou duas vezes. Na próxima em que for presenteado com esta dádivas da natureza provavelmente estarei morto, incapaz de lhes sentir o cheiro, apreciar a forma das pétalas. É um preconceito pateta, certamente que como eu, muitos homens apreciarão flores. Ofereçam-nas.

 

arvore_pc_carlos_alberto.jpgÁrvore na Praça Carlos Alberto

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As avenidas perfumadas de Huelva.

por Fernando Lopes, 3 Mar 14

Há uns anos atrás, numa visita a Huelva, o centro da cidade emitia um odor a Primavera, embora estivéssemos em Janeiro. Passados dois minutos notei que tão magnífico perfume, mais sublime do que o mais talentoso dos perfumistas conseguiria reproduzir, tinha origem num centro da cidade em que a árvore dominante era a laranjeira. As laranjeiras, muito verdes, com os seus frutos brilhantes, emitam fragrância que homem algum, tecnologia apurada, podem aprisionar num pequeno frasco. Uma enorme nostalgia, necessidade de ficar ébrio com os sons e odores da Primavera, apoderou-se de mim. Olho através da janela e tudo o que consigo pressentir é frio, húmido, triste, despojado. Vou sonhar que passeio pelas avenidas perfumadas de Huelva.

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