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Homens providenciais.

por Fernando Lopes, 10 Abr 15

Todos os cidadãos portugueses maiores de 35 anos têm o direito a candidatar-se à Presidência da República. A questão da idade mínima já é um paradoxo, uma vez que se um cidadão de 18 anos é bom para votar, pagar impostos e toda a parafernália de obrigações, não sei porque não o é para se candidatar a PR. Uma espécie de capitis diminutio que não se entende.

 

Os três proto-candidatos que se apresentaram à liça têm um aspecto comum: vêem-se como interventores no regime. Ora esse não é o papel do PR. Perdoar-me-ão a tibieza da imagem, mas um PR é como aqueles tipos do abastecimento dos F1. Apenas deve assegurar que a democracia tem o combustível suficiente para andar. Assegurar o normal funcionamento das instituições. Mais nada.

 

Não quero um PR com programas sociais, porque isso compete ao governo eleito. Não quero um PR que tenha como bandeira o combate à corrupção, porque para isso existe a justiça e as suas instituições.

 

Nenhum dos três candidatos tem a experiência política desejável para o lugar. Além disso, tenho um medo de morte dos homens providenciais porque a história me ensinou que não há nada mais dramático que a eleição de um deles. É consultar os manuais e analisar as tragédias, mortes e obscurantismo que os últimos homens-providência da nossa história causaram.

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