Diário do Purgatório

A Carla acha-se Uma Rapariga Simples. Não o é. O seu mundo oscila entre a poesia, prosa e fotografia. Trata com requinte a língua, traduz e revê textos enquanto assume com carinho o papel de materfamilias. Já planeou obras na cozinha, restaurou móveis, uma mulher dos sete ofícios. Romântica inveterada, acredita no amor como motor do mundo. Nos seus olhos misturam-se uma alegria quase infantil e a maior forma de sofisticação; a simplicidade. Profundos, têm algo de travesso e melancólico, naquele limbo entre a menina que não deixou de ser e a mulher sofrida que às vezes é. Um beijo com os olhos, Carla.

A Aurora é das pessoas que me acompanham há mais tempo, um grupo que carinhosamente nomeei de «Marias da Fonte». Já se expôs, defendeu pontos de vista, partilhou angústias e glórias. É das que mais abriu a alma, me deu pancada quando merecia e estendeu mão amiga em momento de incerteza. Vale por muitas, e por isso apresenta este olhar único, pleno de limpidez e empatia. Uns olhos lindos, a condizer com o escasso que lhe conheço da alma. É mulher de várias facetas e a natureza premiou-a com um olho de cada cor, uma característica bela e rara, pois até nos olhos vale por duas. Obrigado, Aurora.

Até agora tinha sido fácil, tinha escrito sobre pessoas que conheço para lá do olhar. Não é este o caso, a henedina surgiu nas caixas de comentários há uns dois meses atrás. Coloca-me um desafio novo, adivinhar quem e o que está nesse olhar. Há ternura e melancolia nestes olhos, uma certa altivez e firmeza. De qualquer forma, posso estar enganado. Já aconteceu. Obrigado, henedina. Olhos nos Olhos.

No mundo do trabalho aprendi que as relações são de circunstância, presas pelo ténue fio da partilha de objectivos. E, apesar de tudo, existem pessoas que nos marcam, que saltam essa barreira e por quem nutrimos genuína admiração e respeito. Conheci o Jorge há 26 ou 27 anos atrás, no início da “carreira” profissional. Admirei-lhe sempre a inteligência e integridade. O Jorge não se vende, não é dos que surfa a onda mais conveniente. Encontrou o blogue, e como verdadeiro camarada, alinhou no desafio Olhos nos Olhos. É um prazer ter-te aqui pelo estaminé.

Olhos que parecem sorrir. São do Carlos Azevedo.

Dizem que os olhos são o espelho da alma. Não sei se é verdade. Pedi para tirarem esta fotografia a uns olhos cansados, os meus. Gostava de olhar os vossos. Quem tiver coragem de se desnudar desta forma pode enviar uma foto para o email diariodopurgatorio@gmail.com . A confidencialidade, garanto-a eu. Posso usar conhecimentos básicos de edição para exibir o vosso olhar. Anonimamente ou não, conforme os vossos desejos, quero olhar olhares. Vamos a isso?