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Vítima da «escrita inteligente».

por Fernando Lopes, 5 Ago 16

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Maleitas do tempo, começo a ver mal ao perto. Para escrever, ler, trabalhar, tenho de usar óculos. Na rua, em outras tarefas, recuso-me pela simples razão que me dão mau-jeito. No telemóvel uso a escrita inteligente. Às vezes dá bronca. Como no exemplo acima:

 

- Queria escrever as usual, respondi Urso.

 

- Queria escrever Free e o Paulo escrevi Frete e o Paulo.

 

Só de pensar que fiquei todo melindrado quando o meu amigo Ricardo Alexandre, esse sim, um caixa de óculos encartado, me escreveu uma mensagem que começava assim: «Meu obeso amigo…».

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Querer mudar de vida mas ser incapaz de ter um plano.

 

Celebrar o advento da erecção matinal como se fosse a última.

 

Apreciar as pitas de 20 anos, mas ao contrário do Pinto da Costa, sentir-se sempre mais atraído pelas de trinta e muitos, quarenta e poucos.

 

Nestas, valorizar mais um coração terno que uma cabeça brilhante.

 

Achar ridículos os cinquentões de cabeleira rala que se passeiam em cabriolets com a guedelha branca a abanar.

 

Ver fortalecidas as dúvidas e abaladas as poucas certezas restantes.

 

Entender que por muito que escreva nunca serei sequer merecedor de uma crónica de um jornal de província.

 

Ir para a farra com os amigos e achar que somos como os miúdos que nos rodeiam.

 

Ver envelhecer familiares e sentir que somos «os próximos da fila».

 

Saber que o caminho a que a vida te levou não é o que sonhaste e viver bem com isso.

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