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E agora?

por Fernando Lopes, 4 Mar 13

Duas manifestações, centenas de milhares de cidadãos nas ruas. A troika indiferente, o governo acossado, mas no poder, o desemprego e a degradação das condições de vida em crescendo, mais um annus horribilis. O facto de a maioria dos manifestantes não serem politizados, atemoriza. Muitos dos que estavam a meu lado voltarão a votar no centrão, que para auto-preservação criou laboriosamente, durante quase quatro décadas, esta acefalia. E agora? Quantos estão dispostos a dar o corpo às balas? Quantos acreditam verdadeiramente na mudança? Temos revolução em Abril ou voltámos a ladrar ao poder em Maio?


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Não fiques no sofá.

por Fernando Lopes, 14 Set 12

arte da inevitável Gui Castro Felga

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Abril em Maio

por Fernando Lopes, 1 Mai 12

 

Recordo-me bem do 1º de Maio de 1974. Suponho que terá sido a manifestação mais participada de sempre. Nesse dia os portugueses materializaram um conceito até então abstracto, a liberdade. Perderam o medo. Participei com o pai, a mãe e a avó Guta, uma democrata que tinha permanecido em silêncio durante uma eternidade. Apesar dos 11 anos, fiquei marcado pela imensa mole de gente, as palavras de ordem. Uma caminhada interminável, os rostos alegres como de menino com um presente novo. Nunca mais vi tamanha demonstração de alegria do povo português, irmanado pela descoberta da democracia e da participação cívica.

Num tempo em estes valores foram esquecidos, em que um desempregado é detido por distribuir panfletos à porta de um centro de emprego, em que uma qualquer Carla Duarte acha que quatro pessoas já são uma manifestação é obrigatório lembrar o que é a liberdade de expressão e associação e lutar por elas. Porque nem o poder, nem os seu cães de fila me atemorizam. Pelo contrário, dão-me redobradas forças para combater pela defesa dos valores de Abril.

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Dar o corpo ao manifesto

por Fernando Lopes, 14 Dez 11


Não me agrada esta institucionalização da figura do "manifestante". Por detrás desta capa estão milhares de mortos na Líbia, Síria, Egipto, Tunísia. Esta figura deveria ter sangue a escorrer em homenagem aos milhares de mortos na Primavera Árabe, que ainda não passou de um ténue desabrochar. A violência sobre os indignados na Espanha, nos EUA mostra o quão hipócrita é o sistema. Quando surgem movimentos de massas que não conseguem definir ou controlar, tratam de os tornar simpáticos à opinião pública, integrando-os. Os manifestantes, indignados ou como lhes queiram chamar fazem parte de um movimento inorgânico, à margem da irmandade muçulmana, dos partidos. Não nos enganemos pois com esta capa. Os nossos inimigos mantêm-se alerta, debaixo desta nomeação romântica e complacente. Apenas tentam amolecer-nos.

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SUV

por Fernando Lopes, 22 Out 11

(clique na imagem)
A história a repetir-se ou simples angústias corporativas?

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New York's Finest

por Fernando Lopes, 18 Out 11


A polícia de Nova Iorque é intitulada "New York's Finest", mas nem sempre é assim. Este jovem de 24 anos, ex-militar e oriundo de uma família de combatentes, dá um banho de civismo aos basbaques fardados à sua frente.

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o meu 15 de Outubro

por Fernando Lopes, 15 Out 11


Há 5 anos atrás seria impossível uma mobilização deste calibre sem o suporte de partidos ou centrais sindicais. Hoje não tivemos autocarros com ar condicionado, nem lanche à borla. E no entanto manifestaram-se entre 10.000 e 20.000 pessoas. O que prova que há muita gente que não se identifica com o actual regime, nem com os partidos e sindicatos que "nos representam". No Porto, apenas um pequeno episódio, em que a polícia tentou impedir o acesso à rampa que permite a entrada na Câmara Municipal. Os manifestantes invadiram o espaço e os polícias retiraram civilizadamente. Sem esboço de confronto, apenas um simbólico medir de forças. Não fomos tantos como desejaria, mas mais do que esperava. O caminho faz-se caminhando ...

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Esta é a minha gente, esta é a minha luta!!

por Fernando Lopes, 11 Out 11


Quase nunca releio os posts que publico. Se o fizesse seria acometido de uma vontade súbita de apagar tudo, tal a mediocridade da prosa. No entanto, ontem, reli várias mensagens anteriores e constatei que a política tem sido o prato forte deste blogue. Tal facto não se deve à tentativa de influenciar ninguém, apenas exprime a preocupação com que sigo a constante degradação das condições de vida de todos os portugueses, este vosso criado incluído. O purgatório é um espaço onde se exprimem angústias, espantos e trivialidades. Angústias políticas incluídas. Não pretendo transformar este espaço num local de comentário político. Há quem o faça bem melhor e ainda por cima seja pago para isso. Mas ao ver neste vídeo, a insegurança, o medo e a revolta da minha gente, não podia deixar de o publicar.

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Manifestações inócuas

por Fernando Lopes, 7 Out 11


Antes de mais uma confissão. Tenho um parti pris em relação a Pacheco Pereira. Apesar de o considerar um excelente debatedor [a palavra existe e está dicionarizada], não vislumbro o brilho intelectual ou a cultura enciclopédica que muitos lhe atribuem. E, no entanto, ontem fez uma análise com que não poderia concordar mais sobre a possibilidade de agitação popular nos tempos mais próximos. Primeiramente desconstruiu o mito salazarista de que somos um povo de brandos costumes. Não somos. A guerra colonial e as atrocidades nela cometidas e o verão quente de 75, são momentos históricos recentes que desmontam esta ideia conveniente aos poderes instituídos. Seguidamente, numa discussão que também tem passado pela blogosfera, elucubrou sobre a inocuidade das manifestações e protestos promovidos pela CGTP e PCP. Aos comunistas não interessa agitação social que não possam controlar. É bem conhecido o extremo cuidado para que as demonstrações promovidas por este duo não degenerem nunca em actos violentos. Basta que se junte um grupo de gente fora dos cânones expectáveis em termos indumentária e conduta que logo serão cercados pela segurança da CGTP/PCP. O PCP é um partido e como todos os partidos sofre de previsibilidade e hierarquização. O colectivo sobrepõe-se sempre à acção individual. O aviso dos serviços de segurança não passa de um alerta para o desconhecido, espontâneo, não enquadrável nos padrões e que ninguém sabe como começa ou termina.

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