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Dia 10, Biblioteca José Saramago, Cueva de Los Verdes, Playa de la Garita, Mirador del Rio, LagoOmar (casa de Omar Shariff), Fundação César Manrique.

 

P1010222.JPG «Escritório» de Saramago

 

Alugámos um coche. Saiu-nos na rifa dourado, nomeado pomposamente de champagne, feio como a noite, mas novo, ar condicionado and all that shit. Serve perfeitamente. Destino primeiro, a Biblioteca José Saramago. Cada grupo de visitantes, sempre restrito a um máximo de 10 ou 15 pessoas, tem direito a um daqueles aparelhómetros em que se ouve a voz de um narrador em várias línguas. Dispensável, pois calhou-nos um jovem barbudo com ar de intelectual de esquerda, que nos falou sempre em portunhol, eficaz, profissional, interessado, conhecedor. Estava o vosso escriba a fumar um cigarro enquanto aguardava o fim da visita guiada de um outro grupo, quando se depara com uma senhora pequenina e magrinha, cujo rosto era perfeitamente familiar. Pilar del Rio, que logo ali se mostrou particularmente agradada por existirem portugueses entre os visitantes e combinou uns momentos de conversa no fim da visita. Confesso que tinha da senhora uma imagem de pessoa arrogante e distante, guardiã do templo. Nada disso aconteceu, além de simpática, bem-disposta e despretensiosa, foi quase familiar. Toma lá que é para aprenderes a não fazer julgamentos precipitados.

 

 

 

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Dias de Lanzarote (III).

por Fernando Lopes, 31 Ago 16

P1010152.JPGCharco Verde


Dia 6, El Golfo (Charco Verde), Parque Nacional de Timanfaya, Vinhedos.

 

O Charco Verde está situado junto à aldeia piscatória de El Golfo. É protegido, e numa bela praia de origem vulcânica existe o lago, que é verde devido à enorme acumulação de fitoplâncton e enxofre. É alimentado por correntes subterrâneas e apenas pode ser visto à distância. O contraste entre o mar e o lago é algo que merece a visita, mau-grado o enorme número de turistas.

 

 

 

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Temas:

Dias de Lanzarote (II).

por Fernando Lopes, 30 Ago 16

Teguise_feira_1.jpgFeira de Teguise.

Dia 5, Mercado de Teguise.

 

Teguise é uma cidade histórica, primeira capital de Lanzarote até meados do Sec. XIX. Preserva a traça antiga e é por isso um exemplo da arquitectura canária e lanzarotenha, com as suas ruas estreitas, pátios, e a habitual calmaria dos locais onde ninguém tem pressa e o tempo tem tempo para ser gasto. Esta tranquilidade é interrompida semanalmente, ao domingo, por um dos mercados mais afamados das Canárias. Transformou-se sobretudo num evento turístico, onde todos procuram pechinchas entre os mais de quatrocentos feirantes. Hordas de turistas – moi-même incluído – enchem as ruas centrais de Teguise.

 

 
 

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Temas:

Dias de Lanzarote (I).

por Fernando Lopes, 29 Ago 16

aviao_lanzarote.JPG No céu, entre terra e mar

 

Dia 1, «No Smoking».

 

A última vez que tinha estado em Barajas, já lá vão três ou quatro anos, existiam umas barraquinhas para fumadores de cinquenta em cinquenta metros. Permitiam fumar sem incomodar ninguém, reunia-se uma espécie de irmandade da nicotina, solidários e aliviados. Isso acabou. Tínhamos de apanhar voo para Madrid, esperar quatro horas e finalmente embarcar para Lanzarote. No aeroporto Sá Carneiro existiu em tempos uma espécie de guarda-chuva aspirador de fumo, mas também esse desapareceu. Moral da história, abstinência forçada durante dez horas.

 

O paradoxo é que existem cigarros à venda por todo o lado e não há sítio para os fumar. Num aeroporto, espécie de Babel dos tempos modernos onde todos procuram ter um ar de quem anda de avião todos os dias, podes empanturrar-te de hambúrgueres, fritos, doces, até ter um enfarto, beber bebidas alcoólicas até à morte, mas não podes fumar um cigarro.  

 

 

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