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Duas presidências, um regime.

por Fernando Lopes, 6 Mai 15

cavaco_bacalhau.jpgOs finais de presidência são sempre patéticos. Aqui, Cavaco em fim de mandato, abastece de bacalhau a Travessa do Possolo,

 

soares_tartaruga.jpge ainda muitos nos lembramos de Soares a torturar animais indefesos.

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Não sei, não vi, não recebi, só assinei.

por Fernando Lopes, 7 Jan 15

marques mendes.jpgFonte: observador.pt

Não sou contra os partidos, tenho no entanto enorme dificuldade em aceitar os crápulas que os enxameiam. Fazer parte de um partido, preferencialmente desde a juventude, tornou-se condição sine qua non para ascensão meteórica de medíocres. Olha-se à volta e só se vê deserto; de ideologia, princípios, caráter. Enquanto o sistema não for capaz de expulsar as sanguessugas oportunistas que nele se instalaram, a sua credibilidade para gente de bem é absolutamente nula. Depois, há uns que se destacam por serem particularmente invertebrados, dizendo tudo e o seu contrário. Entre eles, brilha Marques Mendes.

 

Com um programa de «comentário» este personagem menor – e não me estou a referir à altura – ganhou estatuto por ser o chibo de serviço, sempre pronto a bufar publicamente e ao sabor das conveniências do seu partido, informação confidencial sobre decisões ministeriais ou usar fugas de informação selectivas sobre o debatido no Conselho de Estado. Uma espécie de «mulher de soalheiro» da política, que escuta aqui, diz ali, intriga acolá, disso faz vida e é  premiado com um programa de televisão.

 

O caso do SEF é particularmente interessante, já que expôs a ridículo este oráculo de pacotilha. Sócio de uma empresa "JMF - Projects & Business", envolvida no caso dos «vistos gold», Marques Mendes diz que "Pelo menos desde 2011, ainda antes da criação de vistos 'gold', que esta sociedade na prática não tem atividade, no meu caso desde 2011 que não fui convocado para qualquer reunião, não fui a nenhuma reunião, não tomei nenhuma decisão, não auferi um único euro". Sabemos bem para que servem estas sociedades de «consultoria», de Marques Mendes a Passos.

 

Só ligou a António Figueiredo, ex-presidente do Instituto de Registo e Notariado, a «saber como vai o andamento de um processo». Um eufemismo para «mete aí uma cunha e coloca esse processo à frente dos outros». Todos temos noção disso menos o fleumático Mendes, que ainda tem a lata de repetir à saciedade que «quem não deve, não teme».

 

A enxúndia da democracia tem programa de TV, assento no Conselho de Estado, e nada teme. Tudo isto é normal, estamos em Portugal.

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Como português há cinquenta e um anos ganhei uma enorme indiferença perante a incompetência dos governantes. Pensava que já tinha visto tudo, que nada me poderia surpreender ou indignar.

 

Há no entanto uma questão a que sou extremamente sensível; detesto que me tomem por parvo. Ora isso não tem parado de acontecer nos últimos dias, sem que ninguém assuma responsabilidade pelos falhanços. Ser líder não é apenas «mandar», é coordenar uma equipa e os seus projectos, aceitar com humildade os sucessos, dar o peito às balas nos fracassos. Não é uma prática corrente, bem sei, basta olhar para o néscio que este povo brando e parvo elegeu para PR.

 

Nunca ocorreram problemas significativos, apenas pequenos sobressaltos, que se resolvem com desculpas, como se este tipo de penitência fosse suficiente ou mesmo digno de um governante.

 

Paula Teixeira da Cruz, sempre tão rápida a pedir a cabeça dos seus antecessores, tem a desfaçatez de afirmar que existiram «perturbações» com o Citius, quando todos sabemos que a justiça esteve paralisada durante praticamente um mês.

 

Crato, o bom do Crato, o do «rigor e exigência», aplica-os a todos menos a si mesmo. Um início de ano escolar caótico, erros nas listas de professores, crianças ainda hoje sem aulas. A pérola sobre a questão das colocações: «Todas as minhas afirmações na altura têm de ser lidas com atenção e interpretadas dentro do quadro legal. Os professores mantêm-se, disse. Mantêm-se até às novas listas de colocação corrigidas, que tacitamente revogam a anterior. É a lei.» Algo digno de Pôncio Pilatos.

 

A fleumática ministra das finanças que garantiu que a solução encontrada para os despojos do BES «não continha qualquer risco para os contribuintes», desdiz-se afirmando que a Caixa Geral de Depósitos, vulgo contribuintes, pode ter de «assumir perdas».

 

Dentro desta linha, proponho não a demissão dos ministros, mas a sua exoneração por manifesta incapacidade.

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Depois do chicote, a cenoura.

por Fernando Lopes, 16 Out 13

Querida Maria Luís, Ministra das Finanças:


Em primeiro lugar deixe-me dizer-lhe quanto aprecio o ar clean, loiro e europeu com que se apresenta e discorre sobre um OE que modera os ímpetos consumistas do bom povo português, essa troupe de gastadores compulsivos. Mais, gostei particularmente da echarpe vermelha (ou devo dizer encarnada), com que ontem se exibiu. Digna e a fazer relembrar o Pai Natal ao contrário que a sra. Ministra é.


De todas as novidades que apresentou ontem, enterneci-me especialmente com o “sorteio fiscal”, uma espécie de euromilhões dos chibos. Uma vez que a ameaça de multa aos portugueses que não pedem factura não surtiu os efeitos desejados, e até um ex-membro do governo mandou os fiscais “tomarem no cu”, vem V.Exa. assentar o chicote e mostrar a cenoura.

 

Tive várias ideias vintage, como agora se diz, sobre este sorteio que gostaria de partilhar com V.Exa.

 

Quando era criança íamos à Feira Popular no Palácio de Cristal da minha cidade. Já então desregrado e gastador, o pai deixava-me atirar nas barracas de tiro, tentando cortar as serpentinas que seguravam o tão desejado prémio. Ele era verdadeiras loucuras como maços de tabaco, canivetes suíços e ursinhos de peluche. Havia também umas senhas que davam direito a bolinhas saltitonas que nos agradavam sobremaneira. Obviamente, guardei o melhor para o fim. Lembra-se dos chocolates de sorteio? Numa pequena caixa, pagávamos para fazer um furo, e caia uma bola colorida. Conforme a cor ganhávamos chocolates que oscilavam entre o mini e o XXXL. Penso que são sugestões que aceitará como a considerar para premiar os que nas suas horas vagas, resolvam encarnar inspectores das Finanças, solicitando facturas a torto e a direito.

 

Não vou ser vulgar como o ex-secretário de estado da Cultura e recomendar-lhe actividades lúdicas com o fundo da sua coluna vertebral. Com ela, fará V.Exa. o que muito bem entender.

 

Permito-me no entanto comunicar que não irei participar neste circo terceiro-mundista e continuarei olimpicamente a ignorar as facturas que me puserem à frente. No tempo corrente não pedir factura é um activo cívico e até uma forma benigna de desobediência civil.

 

Sou quem sabe, este contribuinte que muito a estima,


Fernando Lopes

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As obras do inefável dr. Rio.

por Fernando Lopes, 4 Set 13

No tempo das vacas gordas, as campanhas para as eleições autárquicas eram muito mais divertidas. Havia sempre um centro de saúde, rotunda, estátua, ou pintura em bairro camarário para celebrar. Nesse período era difícil ser autarca, uma lufa-lufa de inauguração em inauguração, sempre com a tesoura em punho, uma verdadeira canseira. Nisto de eleições regionais, os meus conterrâneos que vêem longe, decidiram renovar o mandato a um edil que se propunha não fazer a ponta de um corno, simplesmente para não gastar nenhum. Assim se fez na cidade do Porto a carreira de sua magnificência, o sr. dr. Rui Rio.

 

Há uns anos, decidiu sua clarividência, mudar de casa. Escolheu algo bem adequado à sua índole truculenta, as traseiras do cemitério de Agramonte. Lá residem os melhores munícipes do mundo: contentam-se com pouco espaço, não fazem barulho nem exigências de nenhum tipo. Imagino até o dr. Rui Rio a acordar pela manhã e vir de boxers à janela para reflexões hamletianas.

 

Nada disto teria importância se desde então a zona não tivesse sido alvo de várias intervenções, a última das quais dura há meses. Primeiro foi o rearranjo da zona pedonal e de parqueamento. Após a sua conclusão foi re-esventrada para dar lugar a mudanças profundas, as quais incluem todo o tipo de tubos, tubinhos e tubões. Presumo que o dr. Rio quererá defecar em grande, ter energia eléctrica e gás da melhor qualidade, e, já agora, telecomunicações da mais pura fibra. Poupadinho, poupadinho, mas a gastar centenas de milhares de euros para benfeitoria da zona de residência de tão nobre figura. Imagino para quantas feiras do livro dariam as obras de melhoramento de sua alteza real, but then again, who cares? Os livros só fazem mal às vistas.

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O grande Aníbal.(REPOST)

por Fernando Lopes, 10 Jun 13

 

"Cavaco FOI o presidente de todos os portugueses menos um: eu. Responsável por desbaratar os milhões das esmolas de Bruxelas é um homem que só pensa na sua pessoa e sempre se esteve a lixar para Portugal e os portugueses. POLITICAMENTE é um molusco invertebrado sem coragem para opções claras, acções atempadas, coragem evidente.

 

Nunca sabe de nada, nunca viu, nunca lhe contaram. Politiqueiro boliqueirense de vistas curtas, ideias nulas, vazio intelectual, maneiras vergonhosas em público comendo de boca aberta e falando ao mesmo tempo. Confesso com desgosto que este casal de videirinhos deslumbrados me envergonha como português. Vai ser reeleito porque o povo adora caras de pau. Salazar e Eanes. A desgraça lusa vai continuar. Mas irei votar."

 

 

 

Publicado originalmente em 04/12/2010

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A vingança do Coelho.

por Fernando Lopes, 7 Jun 13

No Ciberdúvidas refere-se a origem desconhecida da expressão “vingança do chinês”. Apenas uma “vingança prometida e requintada”, em oposição à “vingança do artista”, que define como “não premeditada; pequena vingança”.

 

O momento nocturno do governo é pois uma vingança do “chinês artista”, já que prometida e adiada, com uma selecção sectorial em que os professores teriam um período de pausa até 2014. As retaliações sobre os servidores públicos – prefiro este anglicismo à  designação de funcionário público – só foram proteladas até o governo ver goradas as negociações com o sector da educação.

 

Depois, de cabeça perdida, e numa atitude claramente revanchista, vomita de uma assentada a mobilidade e alargamento do horário de trabalho.

 

Alguém devia dizer a Passos que já tinha perdido o privado (ver os dados de desemprego do 1º trimestre), agora na fúria de miúdo mimado perde o que restava público. É um PM e um governo que cai e na queda tudo arrasta consigo. Ficará na história como o o mais incompetente, mesquinho e vingativo da era da democracia. 

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A incompetência compensa.

por Fernando Lopes, 10 Abr 13

Um ministro das Finanças falha todas as previsões do défice, lança uma carga fiscal insuportável, arrasta o país para uma espiral recessiva sem retorno. Demite-se?

Decreto: transforme-se em ministro plenipotenciário.

 

Um Governador do Banco de Portugal falha a sua principal missão, o saudável funcionamento do sistema financeiro e não vê uma fraude de 7 mil milhões de euros. Vergasta-se?

Decreto: promova-se a vice-presidente do BCE.

 

Um primeiro-ministro faz o “discurso da tanga”. Mostra-se incapaz e foge. Dá-se como inapto o exercício de altas funções?

Decreto: promova-se a presidente da CE.

 

Um ministro do Ambiente vê-se envolvido em negócios escuros. Investiga-se?

Decreto: eleja-se a primeiro-ministro durante 6 anos.

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