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Nossa Senhora, ícone pop

por Fernando Lopes, 13 Mai 12

 

Há coisas com que é proibido brincar. A religião é uma delas. "Não discutimos Deus e a virtude.", disse Salazar, profundo conhecedor do povo português. Em tempos de crise acentua-se a devoção a Nossa Senhora de Fátima. A peregrinação tornou-se chique. Batem-se recordes de público no altar do rock mariano. Todo este folclore religioso é rigorosamente respeitado da esquerda à direita e há até quem consiga a quadratura do círculo que é conciliar marxismo e religião. Em Fátima, mais do que misticismo, vi sofrimento, mais do que fé, vi humilhação, mais do que partilha, vi soberba. Os representantes de Deus são anafados, cheios e de anéis, arrotam a fartura, vestem trajes opulentos. Talvez seja este o mistério da fé. Acreditar que um Deus omnisciente e omnipresente tem tão mau gosto para escolher os seus representantes. Num país onde um franciscano, que faz voto de pobreza, recebe uma reforma de 7.450 €.

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