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Suspiro.

por Fernando Lopes, 26 Abr 17

Passeava pela cidade, bem no centro onde me perguntaram pela «livraria do Harry Poter», e juro que a ouvi suspirar. Não sei se o suspiro que a cidade exalou era de cansaço ou enfado. Ela, como os seus habitantes, ocasionalmente, cansam-se da falta de privacidade, dos pequenos locais que eram nossos e agora estão sempre cheios. Não é que não gostemos de receber, adoramos, mas cansa-nos estar sempre sorridentes, amáveis, prestativos, até ao turista 1.000.000. Como um casal, queríamos um bocadinho de intimidade. Só nós e as nossas pequenas manias. A esplanada da escada dos Guindais sem estar cheia, sem gente de mapa ou Google Maps em punho. Gostávamos de petiscar no «Museu da Avó» tranquilamente, sem grandes filas de franceses. Questionei porquê franceses, porquê ali, disseram-me que era aconselhado por um qualquer «guide touristique». A cidade, como qualquer organismo vivo, também precisa de descanso. Palavra de honra que a ouvi suspirar. Suspirei com ela.

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10 comentários

De lucilia a 26.04.2017 às 21:26

ahahah nem a propósito, hoje fui à sua cidade. Na estação de Campanhã, distraída e a ver o horário do meu comboio, pumba contra um que tirava fotos a uma das estações mais bonitas -perdoado, claro! fico ali a olhar para eles com aquelas caras de crianças deslumbradas -é, hoje olhava para eles e pensava -estão felizes aqui a ver o Porto a apontar as máquinas para cima daquelas casa maravilhosas cheias de pormenores que o Porto tem -deixe-os, Fernando, lembre-se das crianças -fica mais fácil a "barulheira". Um beijinho

De lucilia a 26.04.2017 às 21:27

Veja como sou distraída -foi em S.Bento

De Fernando Lopes a 26.04.2017 às 21:40

Eu deixo, só que estamos a assistir a uma espécie de «barcelonização» do Porto e Lisboa. É que são tantos, tantos...


P.S. - Só podia ser S.Bento, a de Campanhã é feia que dói. ;)

De Anónimo a 27.04.2017 às 08:58

Temos um quarto vago com vista para arvoredo...
Filipe com stress rural

De Fernando Lopes a 27.04.2017 às 11:27

Não me digas que estás a necessitar de um banho de cidade. Cá estarei, de braços abertos.

De alexandra g. a 27.04.2017 às 20:37

ok, Ferdinand, bittersweet godfather, o mar é que é, mas olha qu'isto é um concelho carbono 24 :P


_________
beijinhos e saudades :)

De Fernando Lopes a 27.04.2017 às 22:25

Adoro o campo, não me interpretes mal. Mas no Inverno faz um frio muito pior que aqui à beira-mar. Olha que um dia faço-me de convidado e uso o quarto que o Filipe amavelmente disponibilizou.
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De alexandra g. a 27.04.2017 às 22:53

o quarto é todo teu, e as caminhadas com gargalhadas, as paragens com copos, todas nossas :)


you're so wellcome! :D

De Anónimo a 28.04.2017 às 19:02

Como o compreendo...hoje passei no terreiro de paço e nem queria acreditar, era um mar de gente de todas as nacionalidades! Não é já a Lisboa que conheci e vivi, quase tenho dificuldade em reconhecer a cidade e os meus (outrora) espaços. Lembrei-me de Roma e de como já fiz o mesmo que eles fazem. É difícil tomar uma opção contra o turismo de massas quando também o praticamos para conhecer lugares mais ou menos icónicos das nossas vidas, contudo, quando ele nos bate à porta, como dói.
~CC~

De Fernando Lopes a 28.04.2017 às 19:50

A mobilidade é uma inevitabilidade deste novo século. Se nos achamos nos direito de conhecer Amesterdão, Roma, Paris, Berlim, não podemos negar esse mesmo direito aos outros. Gostava era que existisse uma espécie de «reserva» onde só os locais pudessem entrar. Pouco democrático, bem sei, mas ...
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