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Palácio de Cristal.

por Fernando Lopes, 7 Set 14

Imagem roubada ao facebook de «Porto Desaparecido»

 

Para a minha geração, Palácio de Cristal, ou simplesmente Palácio, será sempre sinónimo de Feira Popular. Entrando pela Rua D. Manuel II, percorrida a pequena recta ladeada de árvores, estávamos perante dois clássicos de sempre, o martelo para testar as forças e um homem muito velho com um carrinho de ferro. O carrinho tinha uma pega, devia-se empurrar com a máxima força por um emaranhado de curvas e contra curvas. Se chegasse ao cimo, batesse na porta, saltava um cabeçudo a fazer um manguito. Um prémio estranho para os dias de hoje, mas que nos enchia da satisfação do dever cumprido.

 

Havia aviões de sobe-e-desce, barracas de tiro, carrinhos de choque, umas cadeiras que andavam em círculo presas por cadeados numa espécie de desafio radical, barracas de chocolates em que se fazia um furo. Conforme a cor da bola que nos calhasse em sorte, um chocolate diferente.

 

Tínhamos as esplanadas da avenida das Tílias, onde lanchávamos tostas mistas e leite chocolatado UCAL, o lago, onde consoante a bolsa, se podia andar de barco a remos ou a motor.

 

Mais abaixo o «zoológico» com o chimpanzé Chico, o leão Sofala, pavões, aves exóticas e galinhas de Angola a cacarejar «Tou fraca». Restaurantes onde se comia sardinha e frango assado, azeitonas e broa, coisas simples, num tempo simples.

 

Planeei ir à Feira do Livro, apoio a revitalização deste espaço da cidade, mas Palácio será sempre a alegria infantil de uma Feira Popular. 

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2 comentários

De O Abominável Careca a 07.09.2014 às 20:10

Aos anos que não vou com calma ao Palácio. Hoje parece-me um local despido e com pouca vida. É como afirmas..."Para a minha geração, Palácio de Cristal, ou simplesmente Palácio, será sempre sinónimo de Feira Popular."
Gostei particularmente da saloiice que era o tal carrinho com pega. Naqueles tempos exigência e critério nas escolhas de divertimentos não eram palavra de ordem para rigorosamente ninguém! Desses tempos só continuo indefectível fã dos matraquilhos embora seja uma verdadeira nódoa a jogar! 
Um abraço!!!

De Fernando Lopes a 07.09.2014 às 20:56

O carrinho que empurrávamos e subia em espiral até libertar um «manguito» aprisionado, não tinha a sofisticação dos videojogos, mas encanto de coisa artesanal. Tudo feito à mão, por algum serralheiro habilidoso. Acho que ia ser um sucesso hoje, como foi outrora. 
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