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O pai choné e as raparigas solteiras.

por Fernando Lopes, 27 Jan 15

Todos os dias vou levar e trazer a minha filha da escola. Para fazer um percurso de 3 quilómetros demoro mais de meia hora. Sinto-me sitiado na minha cidade. Podia discorrer sobre os suburbanos e suas diferentes tipologias, mas não me apetece.

 

Nesses longos minutos da Rua da Boavista à Avenida de França, aproveitamos para conversar sobre o dia, e sobretudo para cantar. Utilizo o tempo para lhe ensinar algo sobre as músicas que passam na rádio, polir o inglês, dar a conhecer os clássicos populares.

 

Normalmente faço de cantor ou toco uma bateria imaginada no volante. Tal é estranho para muita gente, sobretudo jovens senhoras sozinhas. Ficam ali ao lado, com ar de basbaque, a tentar entender porque é que um tipo grisalho, num carro familiar, com uma criança atrás, se entretém daqueles modos. Hoje passava na rádio «Problema de Expressão», dos Clã. Explicava-lhe o sentido da letra enquanto me balançava com ar apaixonado. A rapariga ao lado olhava incrédula como se este vosso escriba estivesse possuído por um qualquer demónio. Lamentavelmente, estava só a divertir-me. Os cinquentões e as crianças têm uma coisa em comum: sabem que todos os momentos são bons e escassos para partilhar com quem amamos verdadeiramente. Por isso, jovens senhoras que circulam no Porto, o tipo do cabelo e carro cinzento que vai a curtir com uma menina, não é totalmente choné. Só um bocadinho.

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1 comentário

De bloga-mos a 28.01.2015 às 17:36

Se há algo que o Nando não consegue para alegria de toda a gente é cantar "devinamente". Bem dito seja e mais abençoado e o caralho...

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