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"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better."
por Fernando Lopes, 2 Fev 14
Correram a bom correr dois vídeos que me deixaram a pensar. Um, o da mãe do Rui Pedro – e já drama q.b. quando alguém abdica da sua identidade para ser mãe de – e o de Manuel Forjaz. Nada tenho contra estas pessoas, respeito-lhe o drama. Há no entanto uma glorificação da resistência com que discordo profundamente. Filomena Teixeira – a mãe – e Manuel Forjaz, são dados como um exemplo de tenacidade, capacidade de luta, resiliência. Sê-lo-ão certamente. O que me encanita é que esta apologia da persistência é feita por mimetismo do american way of life, em que só existem duas classes, os vencedores (winners) e os vencidos (losers).
A atitude destes dois respeitabilíssimos seres humanos é apenas uma das possíveis. Encontraram o seu caminho, a sua esperança, seguem-na com toda a legitimidade. Há tempo de resistir e de abdicar da luta. No lugar deles não teria a tenacidade de dia após dia tentar vencer uma doença terrível; já teria deixado de procurar um filho desaparecido há 16 anos. Isso faz de mim talvez um ser mais vulgar, menos mediático, certamente não menos digno.
P.S. – Já depois de publicado, não resisto a uma adenda a este post. Os media fazem destes casos particulares o exemplo a seguir. Não são, são pessoas fora do comum. Que o endeusamento do extraordinário seja um fardo demasiado pesado para o homem normal é a minha preocupação.
Interessante chegar aqui anos mais tarde aqui e pe...
Achei muito interessante atualmente esta sua posta...
boa tarde , estive neste sitio esta semana e pergu...
O Pretinho do Japão é citado, como profeta, em Ram...
Penso que também não conseguiria resistir tanto.No entanto, em situações extremas ou tão dolorosas, o ser humano pode revelar forças que provavelmente julgava não possuir. Filomena Teixeira, apesar de ter uma filha,direcionou a sua vida numa procura incessante do filho.Os media, nestes e noutros casos, servem-se das tragédias de cada um para subirem audiências, com a "cumplicidade" consciente, ou não, dos envolvidos, naturalmente.
Tento alhear-me do muito que se ouve e vê por aí porque me constrange, me confunde e me revolta.
Abraço