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O ano da cachaça.

por Fernando Lopes, 24 Fev 14

O nativo deste ano será um eterno adolescente aprisionado numa cápsula grisalha de cintura alargada. É um ser tempestuoso, dado a grandes fúrias, compensadas por enormes afectos. É sensível e paradoxalmente rude. Pouco dado a modas, tem um estranho interesse por artistas marginais. Prefere Luiz Pacheco a Lobo Antunes, Rentes de Carvalho a Saramago. Grande apreciador de comida, abomina a moda gourmet, podendo no entanto ser encontrado em restaurantes regionais por esse país fora. Possui uma enorme sede, o que ocasionalmente o leva a estados pouco recomendáveis, acompanhado por amigos que ainda o são menos. Nasceu no Porto e apaixonou-se pelo Minho onde se refugia quando pode. É um ser fiel, pouco dado a empolgamentos amorosos; de facto apenas amou em pleno três mulheres na sua vida, namorando para a mesma há mais de vinte anos. Nas amizades é um couraçado quase impenetrável, mas quem entra no seu coração dificilmente de lá sai. Como a maioria de nós, tem dentro de si um livro que não merece ser escrito. Sofre dos pés como todo o pisciano e oscila com frequência entre a depressão e a euforia. O seu número da sorte é o místico sete e a pedra favorita o jade. 

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2 comentários

De Ana A. a 24.02.2014 às 11:56

"Dia de anos

Com que então caiu na asneira
De fazer na quinta-feira
Vinte e seis anos! Que tolo!
Ainda se os desfizesse…
Mas fazê-los não parece
De quem tem muito miolo!

Não sei quem foi que me disse
Que fez a mesma tolice
Aqui o ano passado…
Agora o que vem, aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz, o mesmo? Coitado!

Não faça tal porque os anos
Que nos trazem? Desenganos
Que fazem a gente velho:
Faça outra coisa; que em suma
Não fazer coisa nenhuma,
Também lhe não aconselho.

Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua
E fá-los queira ou não queira!"

Parabéns! Brindo-o com um poema de João de Deus, que aprendi na escola na minha adolescência.

Grande Abraço!

De Fernando Lopes a 24.02.2014 às 12:08

Um poema é sempre uma belíssima forma de menorizar os anos que passam. Muito obrigado Ana, e sinta, através da corrente de electrões, o enorme abraço que lhe dou.

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