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Not My People.

por Fernando Lopes, 10 Nov 16

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Li e reli várias análises sobre a vitória de Trump. Por alguns dados estatísticos fica claro que quem elegeu o milionário foram os eleitores mais idosos e menos informados, minorias com a atitude «eu já cá estou, os outros que lixem», pessoas excluídas desta nova revolução, já não industrial, mas tecnológica, que vivemos. Entristece-me que saiam à rua gritando «Not My President». Quem participa numa brincadeira dessas pode ter mestrados e doutoramentos, mas percebe muito pouco sobre a essência da democracia. Não valoriza a opinião de quem trabalhou para lhe possibilitar esses estudos. Desceu ao nível do homem de estranho escalpe, apenas em sentido contrário.  Não gosto de Trump, mas assim é a democracia. Nada nos impede de combater ideias com ideias, de lutar pelo que achamos justo, pelo bem comum. Nada disso pode começar se a primeira batalha se inicia menorizando o eleitorado de Trump porque é mais velho ou ignorante.

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22 comentários

De alexandra g. a 10.11.2016 às 20:29

A "democracia" à qual te referes está muito sobrevalorizada... é "republicana" :\

De Fernando Lopes a 10.11.2016 às 21:29

De qualquer modo, penso que concordarás que este é um modo sobranceiro de agir.

De alexandra g. a 10.11.2016 às 21:52

Not this time, no, i don't agree.
Quando confluem a ignorância e a alienação, não posso concordar, querido Fernando.
Lembra-te que estamos a falar de uma união de Estados onde existem senadores que se gabam de nem sequer possuirem passaporte... (acho mesmo que é necessária uma dose incomensurável de soberba - intra e extramuros -  para afirmar semelhante trampa).

De Fernando Lopes a 10.11.2016 às 22:09

Essa é uma idiossincrasia americana, mas tens de pensar a América à escala de continente. Queres que te diga quantos europeus com possibilidades nunca saíram da europa? Não estás preparada para a próxima presidente de França, Marine Le Pen? É um mundo diferente do que sonhamos, a globalização fez ricochete, é melhor habituares-te. 

De alexandra g. a 10.11.2016 às 22:29

quem me dera não estar preparada, mas a minha educação paterna consistiu principalmente numa politização contínua.

os US of A estão ainda no preâmbulo da sua, la France está à deriva por quem der mais.

quando quiseres falo-te da importância das ordens religiosas na condução das naçons, sim, que não é só o Puarto que :p

De Fernando Lopes a 10.11.2016 às 22:49

https://youtu.be/YKeYbEOSqYc



Por quem conhece a américa pós-industrial e deprimida. 

De alexandra g. a 10.11.2016 às 22:54

Pareceu-me escutar isto: «The human molotov cocktail».
Nem mais.

De Henedina a 10.11.2016 às 23:16

Eu posso dize lo: não é o meu presidente...mas não os americanos. Concordo! Democracia é após as eleições aceitar que quem ganhou é quem ganhou.
Mesmo que seja uma trumpalhada!...

De alexandra g. a 10.11.2016 às 23:28

creio, absolutamente, que se perdeu o conceito e a vivência da prática democrática em favor da alienação (donde, calo-me, que o silêncio é apaziguador).

De Fernando Lopes a 11.11.2016 às 03:11

Vivi anos e anos em discordância profunda com os eleitores que reelegeram Cavaco, mas nunca, nunca, coloquei em questão a legitimidade do voto que elegeu semelhante abécula.

De Henedina a 11.11.2016 às 07:49

Idem, idem...aspas, aspas. Tb sou muito democrática...

De Anónimo a 11.11.2016 às 11:24

Não pondo em causa a legitimidade da coisa não consigo fazer inversão de marcha no sentido de achar que a esmagante maioria dos amaricanos é bronca.
Filipe Nuno Rogeiro 

De Fernando Lopes a 11.11.2016 às 18:22

E onde fica o direito a ser bronco?

De Bruno a 11.11.2016 às 17:19

Estupidez aguda, resulta nestas pessoas, não a protestar, mas a destruir, a queimar e a pilhar tudo. São piores do aquela pessoa contra a qual protestam, que, a meu ver, aproveitou tão só a publicidade gratuita que lhe deram. 
Tal como os meninos do Black Lives Matters, que recordam uma situação ali para os lados de Santos, mas que clamam calma e compreensão. Claro que sim. 


Agora, a verdadeira questão : quando foram as eleições Portuguesas, o seguinte golpe de estado, como coligações que, às palavras do actual Primeiro Ministro (não o meu), não aconteceria, mas que, para chegar ao poder se concretizou (sentiste as imensas reviravoltas), onde andou tamanha indignação?? Desde quando é que Portugal pertence aos Estados Unidos da América? É que já enjoa tanta merda, por conta dessas eleições. 

De Fernando Lopes a 11.11.2016 às 18:35

Vários pontos que importa esclarecer:


- Trump só foi eleito devido ao abstruso sistema eleitoral americano, Hillary teve mais votos. É o que existe, é preciso respeitá-lo.


- Todos têm o direito a protestar, custa-me que se faça isso diminuindo uns eleitores em relação a outros como se existissem cidadãos de primeira e segunda conforme a educação e o meio económico a que pertencem.


- A «geringonça» é perfeitamente legítima e resulta de particularidades do nosso sistema, como o de depender de uma maioria parlamentar.


Posto isto, chateia-me que quem tinha por obrigação a aceitação da diferença, respeito pela democracia e pelo indivíduo, não pratique o que prega.

De Maria G. a 11.11.2016 às 20:20

Se este palhaço, não tivesse o impacto que tem no mundo.


Até que nem preocupava, os americanos que levassem só eles com a Trampa.


 


 

De Fernando Lopes a 12.11.2016 às 02:05

Estou em crer que Trump vai levar uma chapada de realidade e muita da demagogia para WASP ver cairá por terra. Não esqueça que este povo já elegeu Regan e Bush Jr., no fundo o que traz de novo é ser um outsider sem experiência política. 

De Maria G. a 12.11.2016 às 10:25

Regan e Bush Jr. comparados com este Monte de Trampa, até se tornam ínfimos.

De Maria G. a 12.11.2016 às 18:32

 Esperemos que a Cavalgadura, se continue a refrear.

De pimentaeouro a 11.11.2016 às 21:57

Parece-me que é mais complicado. O voto em Trump é o voto anti sistema, é o voto do protesto, independentemente da idade, da cultura, etc.
A América está dividida ao meio.

De Fernando Lopes a 12.11.2016 às 02:06

Não é um voto anti-sistema, é um voto dos excluídos pelo sistema, acho eu.

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