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Não temais, somos a «esquerda suave».

por Fernando Lopes, 9 Nov 15

Nos idos de 2010, em pleno escândalo WikiLeaks, é divulgado um telegrama em que Cavaco terá tranquilizado os norte-americanos, caracaterizando a nossa imprensa como «muito suave». Portugal é um país suave. Os Carlos Abreus Amorins desta vida, que vociferam indignados, babando, contra o assalto da esquerda ao poder como se de uma revolução se tratasse, podem ficar tranquilos e passear a sua obesidade mórbida pelos melhores restaurantes da capital. Não vão existir nacionalizações em massa – quando muito um passo atrás nas águas e TAP – o vosso dinheirinho estará a salvo no banco ou na Suíça, os famélicos da terra não se vão levantar como hordas de zombies para ocupar as vossas lojas e fabriquetas de baixos salários. A esquerda portuguesa é ela própria tão, mas tão, tão, suave, que se dá por satisfeita em validar um programa social-democrata. Não estamos a planear novos gulags, o Campo Pequeno continuará cheio de bois, cavalos e bosta, não de fascistas. Trocaremos a fúria revolucionária por um osso atirado ao povo com uma nadinha de carne, em vez de exibir apenas a brancura do cálcio.

 

Nada temais, somos a «esquerda suave».

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7 comentários

De Ana A. a 09.11.2015 às 22:01

É o que temos! Mas antes isto que os Páfentos. :)

De Fernando Lopes a 09.11.2015 às 22:21

Eu sou como o velho anarquista: «Hay gobierno? Soy contra.» :)

De Anónimo a 11.11.2015 às 00:43

Português suave...mata (é uma marca de cigarros).

De henedina a 11.11.2015 às 00:44

Desculpe sou eu...não vi que estava em anónimo.

De Fernando Lopes a 11.11.2015 às 10:30

O tempo do PREC já lá vai, a realidade histórica é outra, mesmo alguns princípios doutrinários do PCP estão lá sabendo todos da sua «incumpribilidade». Só a Clara Ferreira Alves é que não percebeu isto, presa no seu labirinto há 40 anos.

De Gaffe a 11.11.2015 às 20:20

Gosto de Clara Ferreira Alves, mas reconheço que, por muito que tente, jamais será Iris Apfel.

De Fernando Lopes a 11.11.2015 às 21:20

Independentemente do respeito intelectual que lhes tenho, demonstrou dificuldade ou preconceito em pensar fora da sua «caixa ideológica». Cá eu ficava preocupado se a minha percepção política fosse idêntica à do Francisco «um Clio não é digno de um deputado» Assis. ;)

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