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Mulheres sem volante.

por Fernando Lopes, 3 Abr 14

Ocasionalmente deparámo-nos com fenómenos que conhecíamos apenas intuindo e o peso que podem ter no nosso quotidiano. Quase todas as mulheres entre os 40 e 50 anos estão legalmente habilitadas a conduzir. No entanto uma imensa minoria tirou a carta na juventude e recusa-se a pegar num automóvel e levá-lo de um lado para o outro. Vieram-me logo à memória uma boa meia dúzia de casos assim enquanto um amigo me recordava um episódio pícaro. Acometido de uma gastroenterite teve de se conduzir ao hospital com a comparsa ao lado enquanto parava ocasionalmente para vomitar e contraía os esfíncteres para não se borrar pelo caminho. Tudo porque num daqueles bloqueios de difícil explicação, a mulher escusa-se a ficar atrás de um volante. Amputadas de mobilidade, seguem de um modo próprio o mote da “Farsa de Inês Pereira”, «antes quero asno que me conduza que cavalo que me derrube». Guiar, goste-se ou não, pode ser sumamente útil numa urgência ou doença súbita, além de nos permitir não depender de ninguém para ir onde se quiser, quando se quiser. Como deduzo que a maioria dos leitores aqui da tasca são senhoras, alguém me explica a razão para esta mania, muito mais comum do que se julga? 

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2 comentários

De IsaMar a 03.04.2014 às 22:48

pois eu não posso ter essa mania: o homem mais velho cá de casa recusa-se a pegar no carro. Qdo chegou a hora de nascer o meu segundo filho, ele só conseguiu levar-me a meio do caminho. Tive de o tirar do volante e, entre contrações e gemidos contidos, cheguei ao hospital agarrada ao volante. Depois? ele lá o levou para casa e como lá chegou, eu não sei. Sei que tinha umas amolgadelas valentes, é só o que vi. Como foi? Seria outra história a contar que não interessa agora.

De Fernando Lopes a 03.04.2014 às 23:00

Esse seu episódio dava um post magnífico. :) Repare que não digo que seja um bloqueio exclusivamente feminino, apenas mais frequente com mulheres. E off-topic é preciso ser uma mulher de garra para conduzir-se à maternidade e deixá-lo escapar sem umas boas palmadas.

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