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Momentos filiais.

por Fernando Lopes, 23 Fev 16

Passar dos cinquenta tem os seus aspectos divertidos. Raparigas jovens, entre os vinte e trinta e cinco passam a vida a dar-me conselhos. Olhando e vendo uma figura paternal e bem-disposta abrem o livro da boa palavra e conduzem-me caminho mais seguro. É vulgar, do café ao restaurante, recomendarem algo que «não faz mal», que «devia ter cuidado» com isto ou aquilo. Sorrio, agradeço o conselho. Nenhuma é tão divertida quanto a da tabacaria. Quando não estão mais clientes no estabelecimento adverte-me sempre para a urgência de deixar de fumar. Alertei-a para o paradoxo. É idêntico a um talhante que recomende redução do consumo de carne, um dealer que me alerte que a droga faz mal, uma prostitua que diga que a abstinência fará maravilhas pela minha saúde.

 

- Compreendo-a, mas pense que quanto mais cigarros vender melhor será para si.

- Não digo isto a todos os clientes, e o facto de vender tabaco não me inibe de discordar com a comercialização.

 

Toma lá, que é para aprenderes. 

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15 comentários

De Anónimo a 23.02.2016 às 10:49

Creio já te ter contado mas aqui vai a inevitável repetição: um brasileiro à minha frente na banca do quiosque ao receber o pedido maço de fumantes diz "Este diz que fumar provoca impotência, troca por um outro que diga que fumar mata?!"
Filipe dos fumos...

De Fernando Lopes a 23.02.2016 às 19:29

Não tenho culpa de ser uma figura paternal, a despertar os instintos protectores da boa juventude. :)

De Lucília a 23.02.2016 às 21:08

Engraçado! eu tenho a sua idade e ninguém me dá conselhos....

De Lucília a 23.02.2016 às 21:12

E quando preciso de um cigarro (fumo quando o rei faz anos e porque estou com um problema sério) se for preciso acendem.mo soicitos

De Lucília a 23.02.2016 às 21:13

Solicitos

De Fernando Lopes a 23.02.2016 às 22:22

Não posso explicar algo que também para mim é surpreendente. Facto é que sempre me dei com gente mais nova, talvez exista alguma empatia que os faça «adoptarem-me». 

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