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Em contra-mão.

por Fernando Lopes, 20 Jan 17

Como a maioria das pessoas «do meu tempo», fui educado com padrões éticos que hoje são considerados antiquados, desajustados, sem valor. O que antigamente seria gabarolice hoje é auto-estima; a compaixão é vista como uma fraqueza; o carácter como algo adaptável aos que nos rodeiam e às suas circunstâncias; a lealdade algo que se vende por bem menos de trinta dinheiros; a forma mais importante que o conteúdo. Por estas e outras, este tempo do «pós-ética» já não é o meu. O problema, se é que existe, é que algumas pessoas mais velhas embarcam alegremente nesta onda pouco recomendável para se sentirem modernos. Não ambiciono viver neste momento em que tudo é negociável, em que a integridade é algo que, como um ramo de árvore, baloiça ao sabor do vento. Assim, como um velho tonto que se enganou na entrada da autoestrada, circulo em contra-mão. A vantagem é que por muito que achem que vou no sentido errado, sei que o caminho é o que a minha consciência – algo também em desuso – me diz para seguir.

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4 comentários

De alexandra g. a 20.01.2017 às 20:07

querido Ferdinand,
tudo no que tens escrito, de há uns tempos a esta parte, indicia um balanço de vida :)
ah, e já te disse que gosto muito de ti e dos teus balanços de vida,  que equivalem a um 'situamento' (reencontrar o eixo, diria)?
beijo.

___________
p.s.- ainda que me digas que estou errada/exagero, acho que estou certa :D

De Fernando Lopes a 20.01.2017 às 23:03

Admito que seja um balanço, confesso que nunca pensei muito nisso. Balanço mas não caio, óbiste? 
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De alexandra g. a 21.01.2017 às 00:04

óbi, claro, o meu mal é só o astigmatismo :P

De Fernando Lopes a 21.01.2017 às 00:07

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