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Demasiado longe, há demasiado tempo.

por Fernando Lopes, 14 Abr 17

Fugiste-me, e provavelmente foi a atitude mais sensata que tomaste em toda a tua vida. Não sou flor que se cheire, carrego mais angústias, incertezas, que sorrisos. Não te traria a pacatez que desejavas, difícil imaginar-me com três ou quatro ranhosos na mesa do chinês a depenicar o menu «Família Feliz». Pouco tenho para partilhar senão esta pedra invisível que carrego, um Sísifo de pacotilha. Também não te digo que queria viver contigo até sermos velhinhos, pela razão simples que nunca envelheceste, foste, és, e serás sempre a minha menina, nem que os ossos se te curvem com o peso da idade, os olhos percam o brilho com as cataratas. Uma menina, a minha menina. Estamos demasiado longe, há demasiado tempo. Talvez nos tenhamos transformados em pessoas diferentes, talvez se nos cruzássemos nada mais existisse que uma memória. Ou talvez não. É esse o encanto, serás sempre o meu «e se...» favorito.

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5 comentários

De Anónimo a 14.04.2017 às 09:33

Caralhos te arrefodam que isto não são horas para lacrimejar com tão elevada prosa.
Filipe sem orçamento para soro psicotrópico...

De Fernando Lopes a 14.04.2017 às 12:23

Não é prosa que é grande coisa, tu é que te comoves com facilidade. 
Fernando acabadinho de acordar

De alexandra g. a 14.04.2017 às 21:15

Na verdade, o Filipe enganou-se, pois é de seu hábito traduzir (dizer, de facto) com um 'soro filosófico' :)
_________
Alexandra em modo Pandora


De Fernando Lopes a 14.04.2017 às 23:07

Sei que já conheces, mas é sempre bom rever.
https://www.youtube.com/watch?v=wrtKc1ZtrGQ

De alexandra g. a 19.04.2017 às 22:40

não conhecia, ainda, mas delirei (most obviously :))


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p.s. - saudades.
p.p.s. - ah, e põe-te a escrever, rápido, fast, soft/furious :D

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