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Correio sentimental.

por Fernando Lopes, 8 Ago 15

Querido Fernando,

 

Divorciei-me há cerca de um ano. Recentemente reencontrei um namorado de juventude e temos saído com frequência. Temo estar a apaixonar-me. O que devo fazer?

 

Cara leitora,

 

Por certo Susana Tamaro ou Nicholas Sparks, dois monstros sagrados da literatura cor-de-rosa, estariam em muito melhor condição para aconselhá-la. De qualquer modo, a máxima «não se deve voltar a um lugar onde se foi feliz» é uma treta. Às vezes algo nos impele para o passado, e tal não é forçosamente mau. Estar a apaixonar-se é sinal que está viva, que a chama não esmoreceu. Por outro lado, pense bem porque é que se separaram da primeira vez. Os caminhos do amor e da memória são tortuosos, fazem-nos romantizar o passado. Se ele a traiu é provável que o volte a fazer. Se achou que era um bruto insensível, o mais certo é que não tenha mudado. Se era mau na cama, as probabilidades de permanecer uma má queca continuam elevadas.

 

Algumas pessoas mudam para melhor, outras nunca mudam. Reflicta maduramente antes de se envolver emocionalmente. Os reencontros podem também ser uma desilusão. Conheço casos de velhos amantes renascidos que foram um enorme fracasso, outros que se afastaram pela força do destino e que se reuniram porque nunca deveriam ter sido separados.

 

Como eterno optimista, continuo a achar que nos devemos guiar pelo coração, mesmo correndo o risco de bater contra uma parede. De um modo estranho, o amor compensa, mesmo quando corre mal.

 

Poucos entendiam mais destas «estórias» de amor que Gabriel Garcia Márquez. Escreveu um romance eterno, provavelmente a melhor história de amor do século passado, «O Amor Nos Tempos de Cólera». Leia-a, porque às vezes a literatura é uma meta-realidade.  

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17 comentários

De G. a 08.08.2015 às 23:01

ahahahahahahahhahahahahahahahh!
Correio sentimental, mas que maravilha :)

De Fernando Lopes a 08.08.2015 às 23:05

Correio sentimental mesclado com aconselhamento literário é coisa que não se encontra com frequência. :)

De G. a 08.08.2015 às 23:07


Fizeste-me lembrar o Livro de receitas para mulheres tristes de Héctor Abad :))))




De Fernando Lopes a 08.08.2015 às 23:11

Perdoa-me a ignorância, não li, mas considero desde já um elogio. 

De G. a 08.08.2015 às 23:14

Ignorância nenhuma, ora essa! 
E sim, era um elogio (acompanhado de um sorriso :)


Abraço de boa noite.

De Fernando Lopes a 08.08.2015 às 23:21

Como dizia a minha avó, «dorme com os anjos».

De Genny a 10.08.2015 às 10:06

Já podias ter dito que fazias essas consultas Image
Amo esse livro, mesmo!
Bom dia, Fernando!

De Fernando Lopes a 10.08.2015 às 10:35

Estou sempre disponível para aconselhamento. :) É mesmo um belo livro.


Abraço.

De henedina a 11.08.2015 às 00:03

Correio sentimental...espero que o email seja literatura. Se não for dar como conselho o livro de amor mais romântico de sempre é dizer que se vão encontrar e ser felizes para sempre. Perder uma vida mas ganha-la por estarem, finalmente, juntos...Como diz o outro...o amor, essa treta.

De Fernando Lopes a 11.08.2015 às 00:47

O email é ficção, literatura já é boa vontade sua. No amor ganha-se sempre mesmo quando se perde, é só esse o «conselho» que posso dar. Sou um velho romântico, que é que se há-de fazer? 

De henedina a 11.08.2015 às 06:54

Ganha-se quando se perde? Não scho nada...

De Fernando Lopes a 11.08.2015 às 08:14

É essa a diferença entre um romântico e alguém que o não é...

De henedina a 11.08.2015 às 08:16

Eu...sou romantica, palerma e parva :)

De Fernando Lopes a 11.08.2015 às 08:19

Eu sei. Ainda bem.

De henedina a 11.08.2015 às 23:58

Ai sabe que eu sou palerma e parva?
Eheheh

De redonda a 12.08.2015 às 00:22

O meu livro preferido dele.

De Fernando Lopes a 12.08.2015 às 11:56

Também é o meu favorito.

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