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"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better."
por Fernando Lopes, 3 Fev 16
Apesar da minha já provecta idade estou disposto a arriscar tudo. No trabalho, na vida, no amor. Quem não se questiona permanentemente só vive uma parte do que lhe é destinado. Aprisionado neste mundo pequeno-burguês que tanto e tantos valorizam, penso com frequência nos caminhos que aqui me conduziram. Tens uma família, um carro grande, duas casas, algum dinheiro no banco, só te falta o camarote no estádio do Porto para seres igualzinho àqueles idiotas que tanto abominas. O que é que te trouxe aqui? Que partidas te pregou o destino? É mesmo isto que queres? Mereces o conforto que te calhou em sorte? Sonhador nasci e morrerei, basta-me conquistar o impossível.
Um certo dia, já há alguns anos, passava na televisão um documentário acerca de um certo tipo de pobreza sem justificação no Brasil.
Mais propriamente,era uma população que vivia a cerca de 10 km de um rio, mas não havia qualquer tipo de abastecimento de água, com exceção de um camião cisterna que passava uma vez por semana.
Claramente não tinham água para rega e era a miséria total.
Perguntaram a uma das habitantes - uma família com cinco ou seis filhos, se comprava alguma coisa além de comida. –“Alguma coisa além de comida? O quê?”
Que sorte, pensei eu. Vida simples, sem qualquer complexo de culpa quanto ao dinheiro…
Na altura eu tinha um emprego bem remunerado, dois apartamentos – um em Fátima, outro no Porto e uma carro novo.
O que eu fui admirar!
Depois de muitas bolandas, agora tenho um emprego precário, de termo indefinido, onde ganho consideravelmente mal; o apartamento do Porto já foi, é uma dor de cabeça para
pagar o de Fátima e estou na casa da minha mãe, desejosa de independência.
O meu carro tem 450000 km, sem hipótese de troca no momento.
Moral da estória: desde que ganhemos o nosso rendimento sem esquemas expeditos e honestamente, temos mais é que nos sentir felizardos e sem mau estar. Se conseguirmos partilhar, melhor, nem que seja o
nosso tempo, ou as nossas “instalações”. E sobretudo, saber acolher e estar grato.
– Quem me dera estar como estava ;-)
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O Pretinho do Japão é citado, como profeta, em Ram...
Lembrei-me da publicidade a um carro no qual se dizia, sem dúvida com base em estudos científicos, que uma em cada quatro pessoas têm o gene da aventura (e essa uma deverá comprar o carro deles e viver depois grandes aventuras). Só às vezes é que penso que poderia ter esse gene e o questionar - poderei é ter o gene do sonhar.