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Colaboracionista involuntário.

por Fernando Lopes, 22 Nov 15

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Um amigo trouxe esta foto velha de 42 anos. Festa de final de ano, exibição de ginástica da 4ª classe, Junho de 1973. Ali estou, bem ao centro, roupa de ginástica imaculada, um despropositado relógio no pulso, exibindo-me perante dignatários do regime. A bandeira da Mocidade Portuguesa como fundo. Educado sob a batuta do terror, em que um erro significava chapada, reguada ou palmatória certa, não me colocava questões sobre o regime, o que estava ali a fazer, quem eram as personagens sinistras na mesa de honra. Fazia o que me mandavam. Cresci, aprendi, ensinaram-me a questionar tudo. Visto hoje, percebo que em 52 anos de vida já cruzei dois mundos, que a luz e as sombras muitas vezes se confundem.

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10 comentários

De Fernando Lopes a 22.11.2015 às 19:48

Nesses trinta anos que nos separam quase nada mudou. Aprendiam-se as mesmas coisas, mais ao menos com os mesmo métodos. Como frequentava uma escola privada a professora tinha rédea solta, e tabefe, reguada e demais sevícias foi coisa que nunca faltou. A minha primária foi um longo round em que se procurava sobreviver com o mínimo de pancada possível. 

De Anónimo a 24.11.2015 às 10:35

Parece que o privado nem sempre é melhor. Tive melhor sorte.

De Fernando Lopes a 24.11.2015 às 12:41

No caso, privado era sinónimo de impunidade. A escola ganhou fama graças aos excelentes resultados e os educadores olhavam para o lado face aos métodos. Outros tempos.

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