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Candidatos a críticos literários.

por Fernando Lopes, 28 Jun 16

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Quando compro um livro gosto de dar uma volta pela bloga a ler opiniões alheias. Arrependo-me sempre. Admiro imenso quem escreve de modo sério, laborioso, trabalha um enredo, dedica tanto a aperfeiçoar o escrito como a escrever. Como sei que o talento é escasso mais essa admiração cresce, pois qualquer das «estórias» que leio me seriam impossíveis de urdir. Para se saber escrever é primeiro preciso saber ler. Há blogues de crítica literária em que os autores não sabem fazer uma coisa nem outra. E os comentários senhores, porque os escrevem assim?

 

A propósito de «O Sentido do Fim» de Julian Barnes, deparei-me com isto:

 

«queria dizer que o livro necessitaria de mais do que as 152 pág. que tem para ser grandioso. Pode-se fazer muito - e bem - em poucas páginas mas há limites e para aprofundar tudo aquilo que é aflorado e tornar este livro mais rico penso que lhe falta tamanho - corpo.»

 

Corpo, um cartapácio, isso é que era. Qual depurar a escrita, qual minimalismo, qual quê, nunca se escreveu nada de grandioso em menos de 300 páginas.

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25 comentários

De alexandra g. a 28.06.2016 às 20:37

:)
Mereces um abraço de partir, no mínimo, três costelas e pelo menos uma das omoplatas: a citação que abre esta casa pertence a um portento da literatura (Meu!) que, como sabemos, até se pode enfiar entre as calças de ganga e a barriga, que ninguém dará por nada. Um exemplo, entre tantos outros: olha, as Cidades Invisíveis, do Calvino, tanto etc. 

De Fernando Lopes a 28.06.2016 às 21:10

É gosto meu, mas cada vez procuro livros mais depurados, tanto em ideias como em palavras. Só chicha e pouca palha como este, a tetralogia «Bandini» do Fante ou o último Rentes. Não são grandes livros, são muito fininhos.
Image

De Genny a 28.06.2016 às 22:06

Recomendas a leitura ou não?

De Fernando Lopes a 28.06.2016 às 22:21

Tudo o que te posso dizer é que gostei. Muito. A exegese e essas cenas complicadas ficam para os críticos de bancada. E os outros.

De Genny a 28.06.2016 às 22:31

Não sei ver as cenas complicadas dos livros. Só  os sei devorar, mas gostaria de aprender a ler. 
Vou seguir a sugestão Image

De alexandra g. a 28.06.2016 às 22:37

e a M!nha Duras, também por exemplo, bem como alguns actores, actrizes, que deram corpo aos nomes das suas páginas, aquela economia de gesto e palavra com a contrapartida da expressão. 


Fernando, raios, talvez me contradiga (agora vou ali tratar dos cilícios :)

De Fernando Lopes a 28.06.2016 às 22:47

Esse cilício bem apertadinho s.f.f.

De alexandra g. a 28.06.2016 às 23:08

alexandra em Filipe das cenas:


vê lá se te vão mais duas costelas, quiçá o zigomático, para as urgências :)

De Anónimo a 29.06.2016 às 10:35

Gosto deles quando me acrescentam algo a nível muscular. Li o "2666" duas vezes.
Filipe do ginásio bibliotecário

De Fernando Lopes a 29.06.2016 às 13:17

Se a esse juntares os sete volumes do Proust e "A Piada Infinita" estás transformado em "halterofilista cultural". 

De Gaffe a 30.06.2016 às 09:49

Eu gosto de Proust!
É o meu autor de eleição. 
É pesado.
;)

De Fernando Lopes a 30.06.2016 às 10:09

Tenho-os lá em casa, edição do Círculo de Leitores, tradução do Pedro Tamen. Li só pequenos excertos, estou a guardá-los para a reforma. :)

De belitaarainhadoscouratos a 29.06.2016 às 13:32

Agora estou na onda dos policiais nórdicos em qua a única cor é o vermelho do sangue sobre a neve! Há quem não aprecie os estilos, eu devoro-os.

De Fernando Lopes a 29.06.2016 às 13:40

Nesbo, Jo Nesbo. :)

De Pseudo a 29.06.2016 às 14:24

E Lars Kepler, não esquecer. Este "Vidente" está a tirar-me o sono,literalmente. Não consigo decidir quais dos 4 que já li desta dupla me aprisiona mais à trama urdida. E o Joona, deus meu, o Joona, com aqueles olhos cinzento-gélidos, o cabelo desgrenhado e a barriga lisinha por baixo de T-shirt branca...
(Acho que vou mudar as minhas preferências no que toca a ideias físicos masculinos!) Antes disso tenho que ir ali ler a belita, tenho...

De belitaarainhadoscouratos a 29.06.2016 às 17:00

Este fim de semana li um desta dupla sueca: Erik Axl Sund; e antes tinha marchado um do James Thompson, que penso que é americano mas vive na Finlândia e qualquer um é espectacular (de sombrio)! 
Qual gente feliz, casual, bem resolvida qual carapuça! A ideia do paraíso nórdico foi um engano, são piores do que nós, matamos na mesma mas ao menos temos sol :)
E sim, o Jo Nesbo, quando sai o próximo??? 
A belita agradece a visita :) 

De Fernando Lopes a 29.06.2016 às 18:57

Tens o que é preciso para aguentar um tipo como Hole? ;)

De Pseudo a 29.06.2016 às 20:15

Essa era para mim ou para a belita? Se era para mim, digo já que não. Não aguentaria viver com um tipo bêbado como o meu avô paterno e como já vi o meu pai, há algumas décadas. :)

De Fernando Lopes a 29.06.2016 às 20:20

Era para a Belita, a tua resposta fica registada para memória futura. 

De belitaarainhadoscouratos a 29.06.2016 às 23:27

Claro! Ele dentro do livro e eu fora :)

De Pseudo a 29.06.2016 às 20:22

Comecei a lei A Rapariga-Corvo e por qualquer motivo que me escapou na altura, não me atraiu. Hei-de insistir.

É, não é? Essa ideia de que aquela malta é malta civilizada cai que nem um baralho de cartas muito rapidamente. Aliás, já tinha caído, para mim, naquele bendito verão em que li o Stieg Larsson de fio a pavio, pela noite dentro, até de madrugada.

De Fernando Lopes a 29.06.2016 às 18:47

Gosto de ler um policial de quando em vez, mas estou longe de ser fanático do género. O Joona não existe mesmo, topas? É a tua imaginação. :)

De Pseudo a 29.06.2016 às 20:13

Existe, pois!! É teimoso que nem uma mula e com um mau feitio desgraçado: o meu congénere masculino. :)

De Luís Coelho a 29.06.2016 às 17:01

João Ubaldo Ribeiro, autor de livros de diversos calibres e pesos, citava o seu pai (julgo que a propósito do fabuloso "Viva o Povo Brasileiro"):
"Livro que não fica em pé sozinho, não presta"!

De Fernando Lopes a 29.06.2016 às 18:50

O meu amigo Ricardo e mestre J. Rentes de Carvalho teceram grandes elogios, sobretudo a «Sargento Getúlio». Tenho de ler. 

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