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Até à ilusão.

por Fernando Lopes, 15 Mar 17

A propósito do post aqui debaixo, e de um outro, podemos reflectir no que somos, o que queremos ser, na capacidade de nos reinventarmos, da forma como resistimos às rotinas, como nos focamos no instinto mais básico de nós, a sobrevivência. Cada um, mesmo os mais frágeis, somos resistentes. Durante uns segundos pense-se em todas as voltas e reviravoltas que a vida, a nossa vida, deu. Quantas vezes estivemos perto do tragédia, da morte. De como sobrevivemos aos que nos antecederam, e às vezes. de modo particularmente cruel, aos que nos sucederam. Não te morreu um amigo? Um outro não ficou desempregado, passou dificuldades? Não soubeste daquele colega de escola que acabou agarrado à branca? Não traíste ou foste traído, não te desiludiste com uma paixão que julgavas para sempre? Sobrevive-se sempre a algo ou a alguém, daí que prefira ser «vivente» a «sobrevivente». Inevitavelmente seremos todos mais sobreviventes que viventes. É uma questão de tempo. O que seremos nós afinal? Correndo o risco de uma simplificação absoluta, e consequentemente pateta, posso sintetizar o que hoje sou da seguinte forma: Sou o que resta dos meus sonhos subtraídos das minhas desilusões. Se, como eu, nesta operação, o balanço dos sonhos resistir ao das desilusões, ainda vale a pena estar vivo, porque continuamos a ter a maior capacidade de todas: acreditar no outro. Até à ilusão.

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23 comentários

De alexandra g. a 15.03.2017 às 20:53

meu amor,


tudo certo até ao fim: "Até à ilusão."


mas adoro-te na mesma, como o meu Outro amor :)




De Fernando Lopes a 15.03.2017 às 20:58

E a ilusão não é algo bonito? Eu acho.

De alexandra g. a 15.03.2017 às 21:04

Meu amor,
sim, quando confundimos liquidâmbar com plátano :P

De Fernando Lopes a 15.03.2017 às 21:34

Logo eu, que de botânica, nicles. :P

De Anónimo a 15.03.2017 às 21:02

Nosso amor, 
a tua inquietação é nossa. Esperamos que o 'Andor Violeta' para aqui seja em breve!


Filipe e Alexandra, de Ti

De Fernando Lopes a 15.03.2017 às 21:04

Fico a aguardar. Eis uma festa que não quero perder por nada deste mundo.


_____________
The Godfather

De alexandra g. a 15.03.2017 às 21:08

Dearest of all Coppolas :D*

De pimentaeouro a 15.03.2017 às 22:25

Parabéns, é um excelente texto.

De Fernando Lopes a 15.03.2017 às 22:42

Obrigado, João. 


Um abraço.

De Cuca, a Pirata a 15.03.2017 às 22:51

Acho que os nossos sonhos e as nossas desilusões não nos definem enquanto pessoas e, por isso, espero que possamos ser muito mais do que isso. Penso, mesmo, que nem sequer são uma parte essencial daquilo que somos. Definimo-nos mais pelos valores, pelos gestos e pelas caraterísticas essenciais da personalidade. Os sonhos são sobrevalorizados... 

De Fernando Lopes a 15.03.2017 às 23:02

Se te referes ao carácter - e julgo que sim - é uma daquelas coisas que se tem sem sequer pensar muito nisso, algo tão teu, tão intrínseco, que nem se questiona. E não, o sonho nunca é sobrevalorizado. :)

De Lucília a 16.03.2017 às 08:30

Não estive perto da tragédia estive na tragédia sobrevivi mas antes perdi a ilusão disto tudo. Agora tenho duas formas de olhar isto - com filtro, sem filtro . Estaremos sempre sós. 
Ontem, à tardinha, podei a minha oliveira, fui tão feliz....

De Fernando Lopes a 16.03.2017 às 11:15

Encontramos alegria nas coisas mais simples. É uma forma de resistência tão boa como qualquer outra.

De Anónimo a 16.03.2017 às 09:52

Estava no secundário e um dia estavam vazias cinco secretárias de colegas. Andavam numa traineira de um tio e morreram todos. Odeio o mar...
Filipe tristonho

De Fernando Lopes a 16.03.2017 às 11:17

Marca, bem sei. Morreram-me amigos, e também morri com eles.

De Rita a 16.03.2017 às 10:15

Texto muito bom. Mas eu prefiro acreditar que sou uma soma, mesmo que esteja a somar sonhos com desilusões. Complicado seria se andasse a multiplicar.

De Fernando Lopes a 16.03.2017 às 12:17

Não é mal pensado. Que o balanço seja altamente positivo. :)

De Anónimo a 16.03.2017 às 12:37

Deixa cá dizer-te umas singelas palavrinhas, meu caralhete: para quem não sabe sou teu amigo pessoal com quem almoçava uma vez por semana antes de me mudar para o ninho da Alexandra. És um homem pleno de charme, bonito e sempre bem vestido. Tens uma inteligência e sentido de humor fulgurantes. O melhor pai que uma Matilde poderia ter. As tuas gargalhadas deviam ser vendidas a granel para uso doméstico. Agora vou comprar pensos higiénicos que vai para aqui uma sangria que ando em casa de galochas.
Filipe o tal

De Fernando Lopes a 16.03.2017 às 13:04

Dessa merda toda que estás prái a dizer, uma coisa é absolutamente verdade: esforço-me por ser o melhor pai possível. O resto são opiniões, e na minha função presidencial, não comento opiniões. ;)

De Anónimo a 16.03.2017 às 14:23

Nem mesmo off the record, senhor plezidente?
Filipe luso

De belitaarainhadoscouratos a 17.03.2017 às 09:42

Considerando que até agora conseguimos ultrapassar 100% dos nossos piores dias, alguma coisa devemos estar a fazer bem :)

De Fernando Lopes a 17.03.2017 às 12:20

Ou somos só uns sortudos do caraças. :)

De alexandra g. a 17.03.2017 às 22:07

"still alive, after all these years"


somos sortudos, todos, sim, depois/após de/tudo o que passámos...


beijos para todos (hoje não são só para ti :P)

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