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"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better."
por Fernando Lopes, 29 Set 15
Conhecem os habitués o meu fascínio por personagens extremas, das que vivem a vida até ao limite e nem sempre dela regressam intactos. Não sei porque sou tocado por essas experiências limite, por um mundo de artistas e homens de letras que são o outro lado do espelho, se perdem num mundo de drogas, álcool, devassidão. Talvez seja o desejo de conhecer uma outra face da realidade, uma projecção infantil, um momento em que sou confrontado com a minha entediante normalidade. Encontrei este livro sobre perda, luta, memória.
David Carr foi um viciado durante mais de vinte anos – primeiro em erva, depois coca, e finalmente crack – antes de a perspectiva de perder os seus dois gémeos recém-nascidos o tornarem sóbrio numa tentativa de ganhar a batalha pela custódia à mãe dealer de crack. Uma vez recuperado, descobriu que as memórias dos seus anos «perdidos» divergiam – às vezes radicalmente – das da sua família e amigos. A noite, por exemplo, em que o seu melhor amigo lhe apontou uma arma. «Não», disse o amigo (para horror de David, pacifista de longa data) «Eras tu que tinhas a arma.». Usando todas as suas capacidades como repórter de investigação, decidiu pesquisar a sua própria vida, entrevistando todos, dos seus pais aos ex-colegas, até ao polícia que o deteve, dos médicos que o trataram, aos advogados que lutaram para provar que estava apto a tomar conta dos seus filhos. Inflexivelmente honesto e extraordinariamente bem escrito, o resultado é em simultâneo um relato chocante das profundezas da dependência e uma reflexão sobre como – e porquê – as nossas memórias nos enganam. Como disse David, recordamos as histórias com que conseguimos viver, não aquelas que realmente aconteceram.
Interessante chegar aqui anos mais tarde aqui e pe...
Achei muito interessante atualmente esta sua posta...
boa tarde , estive neste sitio esta semana e pergu...
O Pretinho do Japão é citado, como profeta, em Ram...
Mas, numa nota mais "positiva!, acho que esse livro deve ser dos bons. Ou parece-me, por essa descriçâo.