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A minha mulher chama-se Pigmaleão.

por Fernando Lopes, 29 Out 14

Segundo o mito, Pigmaleão, escultor e rei de Chipre, apaixonou-se por uma estátua que esculpira ao tentar reproduzir a mulher dos seus sonhos. Tinha-se tornado celibatário, pois não aprova o comportamento das mulheres da ilha. Afrodite, ciente da sua solidão e não encontrando mulher que em beleza ou virtude fosse digna de tão grande amor, premiou-o transformando-a numa mulher de carne e osso.

 

Em abono da verdade Pigmaleão deveria ser mulher. Para muitas os homens que escolheram são uma espécie de work in progress, algo a aperfeiçoar, moldar, tornar ideal. Espantosamente, ao fim de 21 anos, a Teresa ainda não desistiu de me tentar reprogramar.

 

Antes de mais, convivo bem com as minhas imperfeições. Dotado da teimosia do asno, resisto a todas as tentativas, mesmo as que fazem sentido, por me serem «impostas». Ocasionalmente esta discrepância de pontos de vista gera acaloradas discussões que terminam como habitualmente as disputas entre teimosos, em empate técnico.  

 

De duas coisas estou certo: é preciso ser de fibra para, quando se ama, resistir durante tanto tempo, é necessário gostar muito de um tipo para ao fim de décadas ainda o tentar mudar. Talvez seja esse o nosso segredo.

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1 comentário

De Carla a 29.10.2014 às 17:26

«Dotado da teimosia do asno, resisto a todas as tentativas, mesmo as que fazem sentido, por me serem «impostas». »


Isto é seres um bocadinho totó, porque perdes a oportunidade de seres melhor ao teus olhos. Em nome de quê? Da teimosia? Do asno? Não faz sentido.

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