Diário do Purgatório © 2012 - 2014
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"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better."
por Fernando Lopes, 7 Jan 16
Há muito que deixei de ler jornais diários, tanto pelo seu custo, como pela disponibilidade que exigem. O mundo de hoje, sempre em gás a fundo, não se compadece com um ritual de uma hora para ler notícias de ontem que já vimos e lemos na TV e internet. Assino a «Visão», um formato de news magazine que me agrada mais, que tem reportagens de fundo e artigos de opinião. É essa a mais-valia que a imprensa escrita pode trazer hoje, jornalismo de investigação, que custa dinheiro e demora tempo a fazer. Por muito cruel que possa parecer, os diários fazem pouco sentido, vivem mais do imediatismo, com orçamentos encolhidos e não respondem ao que pretendo.
No cafezito onde costumo tomar o pequeno-almoço a proprietária decidiu substituir o «JN» pelo «Público». A experiência apenas resistiu dois dias, pois os clientes preferem o tablóide. O que os meus vizinhos de café, trabalhadores de uma seguradora, querem é ver as notícias do rapaz de 15 anos que assassinou outro por ciúmes, do homem que matou a mulher e se suicidou, da mãe cancerosa que envenenou primeiro o filho e depois a si mesmo. Isso, raparigas mamalhudas, e bola, muita bola, da 1ª liga aos regionais.
Fecham jornais, reduzem-se redações. Os únicos que resistem airosamente são o «CM» e o seu clone nortenho «JN».
Todos os jornais deviam ser sérios, no entanto o espaço para o jornalismo sério está a encolher a olhos vistos. Sinal destes tempos de urgência na informação, da iliteracia da generalidade do povo, da falta de tempo e dinheiro. A imprensa não-tablóide tenderá a definhar e morrer, também porque os jornais sempre se declararam «independentes» como se essa independência fosse sinónimo de bom jornalismo. Acho absolutamente normal que existam jornais de tendência como o «Observador» dos inenarráveis José Manuel Fernandes e Rui Ramos. Quando leio a imprensa estrangeira procuro sempre o «Libération» ou «The Guardian», de esquerda ou centro-esquerda. Não consigo entender que em Portugal apenas um jornal online assuma o que pensa e em que campo ideológico se situa.
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