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Analisando os elogios despropositados da minha amiga Alexandra num comentário ao post anterior, faço uma reflexão de quão diferentes são os tempos no que diz respeito ao que vulgarmente é conhecido como humildade. Quando era criança, quem tivesse melhores notas que os colegas não dizia nada, para não os embaraçar e para não ser considerado marrão. Hoje, desde o 1º ano que os miúdos são incentivados a gabar-se se o seu resultado supera os dos demais. É para os estimular, tornar mais competitivos, dizem. Quando era jovem, um tipo que se achasse mais inteligente, mais bonito, mais habilidoso que os outros era imediatamente votado ao ostracismo por quem realmente importava. Basta recuar uma década, e, na geração que me precede, gente com 45 ou menos, gabarolice é igual a auto-estima. Na vida pessoal ou no trabalho, muitos desses rapazes e raparigas têm um ego infinito, vangloriam-se de grandes e pequenas coisas. Tal não me é permitido pela minha esmerada e antiquada educação. Ainda preso à ética dos anos 70, mesmo que consiga algo façanhudo, - o que não me recordo tenha acontecido - procuro não fazer ondas. A malta mais nova tem a capacidade de fazer de um cagalhão um poema. Quem quer acreditar neles, vá em frente, para mim uma poia será sempre uma poia, mesmo quando lhe chamam trufa.

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2 comentários

De Pequeno caso sério a 04.09.2018 às 11:41

Tenho 45 anos e divirto - me imenso a observar os "cagalhões" que me rodeiam. Têm a capacidade de me surpreender pois sempre que penso que atingiram o fundo do "penico", eis que me brindam com mais uma pérola. 
As poias convencidas que são trufas também me divertem muito. 
Na realidade, acho que tudo o que me rodeia me diverte.  Talvez o problema não esteja nem nos cagalhões nem nas poias. Talvez o problema esteja em mim que cresci com demasiados filtros que felizmente a idade vai desconstruindo e aproveito tudo o que é ridículo para me divertir.


Quanto à falta de - humildade de que falas, não sei se será característica geracional. Conheço cinquentões muito  cheios de si da mesma forma que privo com miúdos acabados de formar que se acham a ultima bolacha do pacote. 
Já eu, pertenço à uma geração de desconfiados que reage sempre de pé atrás a um elogio. É - me inato. Nada a fazer.

De Fernando Lopes a 06.09.2018 às 13:02

Essa desconfiança é um mecanismo de defesa de que também partilho, no meu caso mais associado à insegurança que a outros factores. 

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