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o meu 15 de Outubro

por Fernando Lopes, 15 Out 11


Há 5 anos atrás seria impossível uma mobilização deste calibre sem o suporte de partidos ou centrais sindicais. Hoje não tivemos autocarros com ar condicionado, nem lanche à borla. E no entanto manifestaram-se entre 10.000 e 20.000 pessoas. O que prova que há muita gente que não se identifica com o actual regime, nem com os partidos e sindicatos que "nos representam". No Porto, apenas um pequeno episódio, em que a polícia tentou impedir o acesso à rampa que permite a entrada na Câmara Municipal. Os manifestantes invadiram o espaço e os polícias retiraram civilizadamente. Sem esboço de confronto, apenas um simbólico medir de forças. Não fomos tantos como desejaria, mas mais do que esperava. O caminho faz-se caminhando ...

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Querem guerra? Tê-la-ão!

por Fernando Lopes, 13 Out 11


"Quando se liquidam empregos, baixam salários, se contrata a prazo e se acaba com a velha conquista do movimento operário, no início do século xx, de oito horas de trabalho, oito horas de lazer e oito horas de descanso, era bom que se lembrassem que além do roubo que estão a fazer a quem trabalha também estão a semear uma guerra. E estas, quando começam, não se sabe como acabam."

Nuno Ramos de Almeida em 22 de junho de 2011

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Esta é a minha gente, esta é a minha luta!!

por Fernando Lopes, 11 Out 11


Quase nunca releio os posts que publico. Se o fizesse seria acometido de uma vontade súbita de apagar tudo, tal a mediocridade da prosa. No entanto, ontem, reli várias mensagens anteriores e constatei que a política tem sido o prato forte deste blogue. Tal facto não se deve à tentativa de influenciar ninguém, apenas exprime a preocupação com que sigo a constante degradação das condições de vida de todos os portugueses, este vosso criado incluído. O purgatório é um espaço onde se exprimem angústias, espantos e trivialidades. Angústias políticas incluídas. Não pretendo transformar este espaço num local de comentário político. Há quem o faça bem melhor e ainda por cima seja pago para isso. Mas ao ver neste vídeo, a insegurança, o medo e a revolta da minha gente, não podia deixar de o publicar.

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"Por questões práticas, defendo que todos os manifestantes devem esconder o seu rosto e usar roupa dificilmente identificável. Isto é uma resposta à invasão que o estado policial faz nas nossas vidas. Esta posição altamente controversa (a que falta discussão pública) deve-se ao facto de estarmos a ser vigiados de perto quando nos manifestamos. Mesmo que consigamos iludir a "vigilância sombra", haverá sempre máquinas fotográficas ou filmagens que eventualmente captarão o nosso rosto."

Adaptação minha, original aqui.  Um exemplo neste link. Basta clicar na multidão e no botão à esquerda que permite aproximar quase todos os rostos.

(*) Título corrigido

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Whose side are you on?

por Fernando Lopes, 3 Out 11

Foto: Reuters

Depois da prisão de 700 participantes do movimento "Occupy Wall Street" parece que a humanidade tende a dividir-se em dois grandes blocos. Os "perigosos comunistas" e os "perigosos comodistas".
Whose side are you on?

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resistir ao medo

por Fernando Lopes, 22 Set 11

Foto: Fábio Candeias

"Os que trabalham têm medo de perder o trabalho.
Os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho.
Quem não tem medo da fome, tem medo de comida.
Os motoristas têm medo de caminhar e os pedestres têm medo de serem atropelados.
A democracia tem medo de lembrar e a linguagem tem medo de dizer.
Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas, as armas têm medo da falta de guerras.
É o tempo do medo.
Medo da mulher da violência do homem e medo do homem da mulher sem medo.
Medo dos ladrões, medo da polícia.
Medo da porta sem fechaduras, do tempo sem relógios, da criança sem televisão, medo da noite sem comprimidos para dormir e medo do dia sem comprimidos para despertar.
Medo da multidão, medo da solidão, medo do que foi e do que pode ser, medo de morrer, medo de viver”.


Eduardo Galeano

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Temas:

Estado mínimo, taxa máxima

por Fernando Lopes, 19 Set 11




We shall go on to the end. We shall fight [...] on the seas and oceans; we shall fight with growing confidence and growing strength [...]. We shall defend our island whatever the cost may be; we shall fight on beaches, landing grounds, in fields, in streets and on the hills. We shall never surrender [...]

A entrevista de Vítor Gaspar ao Público é a confirmação de que os cortes da despesa corrente, a fusão e extinção de organismos redundantes do estado são mera cosmética. Poupam-se gotas num oceano de dívida. A poupança de 100 milhões de euros recentemente anunciada equivale ao que gastamos ao manter forças militares no Afeganistão e Iraque.


Todos compreendemos que os cortes vão ser nas áreas da saúde, educação e prestações sociais. As conquistas do 25 de Abril prendem-se precisamente com estes três campos. Temos (tínhamos) um sistema de educação pública que permitiu a ascensão social, uma saúde sofrível, mas para todos, uma almofada no caso do desemprego ou pobreza. Sócrates iniciou a destruição das garantias sociais. Na ânsia de agradar à Alemanha e aos "credores" este governo vai desbaratar um património comum que permitiu aos portugueses uma subida significativa de qualidade de vida nos últimos 37 anos. Os fantoches franco-alemães limitam-se a seguir a voz do mestre, mesmo quando, contra-natura, prejudicam o povo que os elegeu. Os liberais aplicam a receita de serviços mínimos, taxas mínimas. Em Portugal consegue-se a quadratura do círculo. Um estado que presta serviços mínimos mas que cobra a taxa máxima.

É esse o motivo porque me aproprio do discurso de Churchill. Com a certeza de que não me irão derrubar sem luta.

Cartaz da Gui Castro Felga.

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porque hoje é domingo...

por Fernando Lopes, 18 Set 11


e porque nem todos os domingos são pacíficos...

John (Jackie) Duddy (17), Patrick Joseph Doherty (31), Bernard McGuigan (41), Hugh Pious Gilmour (17), Kevin McElhinney (17), Michael Gerald Kelly (17), John Pius Young (17), William Noel Nash (19), Michael M. McDaid (20), James Joseph Wray (22), Gerald Donaghy (17), Gerald (James) McKinney (34), William Anthony McKinney (27), John Johnston (59)

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Respeito os jornalistas como classe. Privo ocasionalmente com dois grandes jornalistas, Miguel Carvalho da Visão e Ricardo Alexandre da Antena 1. Além do brilho profissional são seres humanos de uma grande simplicidade, capacidade de análise, sensibilidade e honestidade intelectual. Mas há sempre uma maçã podre em todas as classes.

Não conheço António Ribeiro Ferreira senão através das suas intervenções num programa da TVI24. Gritando, vociferando, tentando impor os seus pontos de vista de um modo espalhafatoso sem a serenidade que se exigiria a um jornalista sénior. Considero-o medíocre pelo pouco que li nas suas "crónicas", um idiota útil, que papagueia cartilhas liberais já conhecidas sem coerência ou brilho.

Mas o António anda numa fúria sem jeito. Ontem disparou contra os sindicatos, numa crónica amplamente divulgada na blogosfera e que pode ser lida aqui. Hoje, véspera do 11 de Setembro, atira-se como gato ao bofe e de uma só penada a Obama, transforma-me numa espécie de cruzado ["A Europa não mudou, continua sem política externa e com muito medo dos radicais islâmicos, Nega as suas raízes cristãs, condena a publicação de cartoons de Maomé e faz tudo o que pode para não irritar os terroristas."], louva a política externa de Bush, mandar a ONU esquecer as suas resoluções relativamente à Palestina e ainda termina brilhantemente insinuando que a revolução árabe é um viveiro de terroristas. Gosto de o ver assim desesperado, é sinal que a frente avançada da direita já não controla os esfincteres e está literalmente a borrar-se de medo com a mudança de paradigma político e económico que lenta mas inexoravelmente tomará o mundo. António, os cães, esses animais dóceis, farejam o medo. E tu tresandas ...

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