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Pai Natal num Ford azul.

por Fernando Lopes, 24 Dez 13

Por muito que achemos que já vimos tudo, há sempre algo ou alguém que nos surpreende. Em vinte e cinco anos de trabalho já lidei com todo o tipo de gente, tive toda a espécie de chefias. Numa organização altamente hierarquizada, raramente vejo o responsável máximo da minha área, não trocamos mais que palavras de circunstância, não estou certo que saiba da minha existência para além de um número.

 

Depois, nas pequenas equipas, há mais relacionamento interpessoal. Devo confessar que não me relaciono com os colegas para além do trabalho, fruto de um má experiência com um colega-amigo. O meu actual chefe é bonacheirão, sempre calmo na maior das tormentas e com qualidades raras nos dias de hoje; além de trabalhar lado a lado com as formigas operárias, conserva uma visão sobre positiva sobre o mundo, é intrinsecamente uma boa pessoa.

 

Telefonou-me há pouco e veio a casa trazer-me um presente. Como é fisicamente do tipo do Pai Natal, dir-se-ia um Pai Natal num Ford Azul. Comoveu-me, nunca em tantos anos alguém tinha tido essa delicadeza. Às más língua que poderão insinuar que isto é um post de graxa, desenganem-se, o rapaz nem sabe que tenho um blogue. Independentemente de tudo, não poderia deixar de ficar sensibilizado por uma atitude pouco comum nos tempos que correm.

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12 comentários

De henedina a 24.12.2013 às 17:12

Vê? O pai natal existe, é só acreditar nele. E, azul, é mesmoooooo Pooorto! Agora tenho mesmo que dar uma de dona de casa perfeita (que não sou).

De Fernando Lopes a 24.12.2013 às 19:54

Se tiver a desenvoltura com as tarefas domésticas que tem com as palavras, estou certo que vai ser um sucesso. E compreendo o dilema do Pai Natal também eu sou azul na bola e vermelho noutras situações.

De henedina a 25.12.2013 às 00:49

Cora, é (sei que não fala de política no dia de Natal) ?
Eu tb corei ;).

De Fernando Lopes a 25.12.2013 às 02:05

This is a video response to Henedina.
http://www.youtube.com/watch?v=792Mbz8ANEA

De henedina a 25.12.2013 às 11:38

Perfect!
Se isto não fosse um blogue, se o Fernando não fosse um homem comprometido, se isto não fosse só virtual, se nos tivessemos a começar a conhecer e tivessemos com as intenções opostas as nossas, esta resposta teria sido o primeiro passo, para eu daqui a um ano, me prender a si, irremediávelmente - gostar de si, sentir a sua falta, querer partilhar a minha vida, ou parte dela, consigo. Chama-se-ia como?!, ainda não sei bem o nome para a palavra que expresse isto mas a rosa cheiraria diferente se não se chamasse rosa? Sim um ano e sem ser o Fernando, fique claro. Tenho como objetivo verificar qual é o portugues actual que dos 40 aos 50 anos consegue lutar por uma mulher mais de 6 meses, é uma pesquisa que estou a fazer :). O prazo do best before anda entre os 3 e 6 meses, com ódio mortal se ultrapassa os 6 meses, ainda em estudos observacionais.
E, digo-lhe tudo isto, porquê?
Pq eu tinha percebido o vermelho apenas me dava jeito não perceber. Eu não sou de esquerda nem de direita, não sou de nenhum partido, mas entendo a política assim: há 2 pequeninos como na foto, que não vão ter comida, cuidados de saúde e educação, vão ser adultos menos capazes, informados e felizes se eu não abdicar de ser um sucesso da parte dos cargos nomeados e não obtidos por mérito, por escrever na bloga, falar, lutar e erguer a minha voz para os defender. Isto é que é para mim política. Por esta política dei a minha vida, o meu tempo e alguns sonhos que são transversais( mas eu não sou mainstream) de todas as mulheres. Tb não sou de causas fracturantes, acho que todos os partidos são organizações que no seu movimento esmagam sempre alguns, e deixam trepar os que compactuam como todas as organizações, mas enquanto houver assim estas causas fracturantes como a da avó do video, serei um comboio sem travões. Julga que eu não leio todas as respostas? Apenas cada vez mais não as tenho (não sou CS).

De Fernando Lopes a 25.12.2013 às 14:46

Henedina , todos os que escrevem o fazem para que gostem deles, quem disser o contrário, mente. O ser humano tem necessidades básicas, a primeira das quais é ser amado. Isso exprime-se através da arte, da escrita, das causas porque luta, porque - e estou a ser repetitivo - amar os outros também é uma forma superlativa de amor a si próprio.
Ao contrário das suas observações - que não posso contestar por falta de mundo - sou um homem de poucas paixões e amores sólidos. Tive apenas três amores na vida, uma paixão adolescente, uma namoro que durou nove anos e a minha mulher, com quem estou casado há 20. Isso define solidez nos afectos ou medo de arriscar? Não sei, acho que ambos.
As preocupações são humanitárias, não de esquerda ou direita, se bem que os princípios que a definem, os da revolução francesa, me sejam particularmente caros.
E é sempre bom encontrar alma semelhante à nossa, nem que entre as pessoas esteja um mundo de bits e bytes, códigos e teclados, por isso é um prazer tê-la por aqui, a si e ao seu espírito crítico, que, felizmente, teima em não a abandonar.

De henedina a 25.12.2013 às 22:02

Depois de uma overdose deve-se ficar assim, sem palavras.
Vou escrever uma - Obrigada.
Como gosto de argumentar/provocar(?)um bocadinho...mais algumas:
"a primeira das quais é ser amado"; não, a primeira é água potável. Se eu tivesse numa ilha deserta morria se não tivesse água e sobrevivia sem companhia.

"a primeira das quais é ser amado", no sentido global, certo? Ou no sentido estrito, de "casado" ou whatever?

De Fernando Lopes a 26.12.2013 às 00:09

Sem água morreria, sem companhia muito provavelmente ficaria louca. Ser amado no sentido global, no fundo somos todos miúdos inseguros que só queremos amor e um colo como porto seguro.

De henedina a 26.12.2013 às 23:05

De médico e de louco todos temos um pouco.

De henedina a 27.12.2013 às 14:01

Não, não ficava louca.

De José a 25.12.2013 às 00:44

Leio com alguma regularidades os seus textos.Bom sinal, porventura! Sinal que me identifico/revejo em muito do que escreve. Bem haja! e Feliz Natal.

De Fernando Lopes a 25.12.2013 às 02:02

José, é uma prazer tê-lo aqui pelo estaminé. Sinta-se como em sua casa.

Abraço.

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