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A greve, um mecanismo de luta do Séc. XIX.

por Fernando Lopes, 27 Jun 13

Hoje, não fiz greve. Por medo, mas também por achar que é um modo de luta que deixou de fazer sentido. A greve é tolerada pelo poder, enquadrada num protesto organizado, sob a batuta dos sindicatos e seus controleiros. Não há rebelião, joga-se segundo as regras do inimigo, perde-se um dia de salário, ganha-se pouco mais que D. Quixote lutando contra moinhos de vento. Na Turquia e Brasil o povo está a lutar onde a luta deve ser travada, na rua, desafiando regras e convenções. Vivemos uma guerra social em que os algozes do poder não usam armas tradicionais, desafiam a Constituição e os mecanismos legais. Porque havemos de fazê-lo ordeiramente, como esperam?

 

Uma manifestação convocada pelo facebook fez cair a TSU. Acham que alguma greve conseguiria isso? Vivemos tempos em que o combate ao poder não pode ser feito pelos meios habituais. Querem-me na rua? Lá estarei, como sempre. Querem gritar? Gritarei a vosso lado. Mas não me peçam para ser comportado, previsível, ordeiro e acreditar na democracia parlamentar quando foi essa crença e respeito que nos conduziram a este beco sem saída.

 

Estou a imaginar os Danieis Oliveiras a alertarem para o perigo do anti-partidarismo. São uma versão moderna das nêsperas de Mário Henrique Leiria, continuarão a acreditar até serem tragados na voragem.

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6 comentários

De Horizonte XXI a 28.06.2013 às 21:50

Bravo!

Diria até; se é para actuar através de greve então é uma greve de uma semana, quinze dias, parar completamente esta merda toda.

Abraço livre

De Fernando Lopes a 28.06.2013 às 23:39

Companheiro:

Infelizmente vivemos uma guerra. Mas não é uma guerra qualquer, é a pauperização da Europa a favor de uma pretensa competitividade com a China e o Bangladesh que nunca teremos, nem devemos almejar. O adversário joga sujo, não faz sentido seguirmos as regras. Desestabilizar esta merda toda, meter-lhes medo, até de saírem de casa.

Abraço.

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