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As máquinas de resultados.

por Fernando Lopes, 8 Nov 15

Passamos a competitividade feroz do mundo do trabalho para o ambiente escolar, transformando as nossas crianças em máquinas de resultados. Nunca a minha filha teve más notas, bem pelo contrário, tirando sempre entre 4 e 5, com um ocasional suficiente a matemática.

 

Para o mundo de hoje não basta. Não sendo suficiente a sobrecarga horária a que está sujeita, é brindada com páginas e páginas de trabalhos de casa, pelo que o fim-de-semana se transforma em longos momentos de estudo intercalados por lazer. Os miúdos não descansam, não brincam, não são crianças. Tem tido notas bastante razoáveis, mas acusa a necessidade de querer ser ainda melhor, por pressão da escola e afirmação entre os colegas.

 

Hoje queria sair do vólei porque não tinha tempo suficiente para estudar e ser das melhores. Ao matriculá-la num estabelecimento privado tinha perfeita noção que o grau de exigência seria maior. Apesar de tudo não penso que o ensino público seja muito mais benevolente com os alunos. A minha sobrinha anda pressionadíssima com as notas para poder entrar na faculdade, o mais pequeno teve de fazer um teste para ser admitido num determinado liceu público.

 

Estamos a criar futuros adultos saudáveis, com multiplicidade de interesses e vivências ou crianças e jovens com fracas capacidades sociais, apenas orientados para uma ideia falsa de sucesso? Algo está mal, muito mal com o nosso ensino, e como pai sinto imensa preocupação e dúvidas sobre se não estaremos a sonegar à infância e juventude, a despreocupação e alegria que os nossos filhos deveriam ter.

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