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O Fernando analógico.

por Fernando Lopes, 10 Out 15

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Profissionalmente estive envolvido em TI de 1988 a 1999. Para os mais novos pode soar estranho, mas estive na empresa que desenvolveu o primeiro serviço de homebanking para os extintos BPA e Banco Totta & Açores. No primeiro ano da década de 90 era possível consultar saldos, fazer transferências, pedir cheques. Criámos o antecessor do Continente Online, o serviço Mordomo, também nesse ano. Há 25 anos já era possível ter as compras de supermercado em casa ou fazer algumas operações bancárias.

 

Aprendi HTML e JavaScript quando não havia editores, fui artesão dos primórdios da internet em Portugal. A empresa, inicialmente uma sociedade tripartida da SONAE, BPA e Totta foi sendo sucessivamente vendida até fechar. Um case study de como uma boa ideia fora de tempo pode falhar, só o é de facto quando o mercado está para ela preparado.

 

Hoje em dia sinto-me cada vez mais analógico. Afligem-me as pessoas que te entram em casa, e mesmo antes de cumprimentar já estão a pedir a password do wi-fi, as que preferem mandar um email ou mensagem em vez de falar contigo. Nunca conseguiria namorar com uma moça de 30 anos, a maior parte delas passam mais tempo a olhar para o telemóvel que para o namorado.

 

Hoje queria falar com dois amigos. Não mandei emails, whatsapp, não utilizei messenger. Liguei-lhes, à maneira antiga. É bom ouvir a voz, o tom, sentir um sorriso, interjeição ou surpresa do outro lado. Isto do digital é muito bonito, mas nada substitui um abraço apertado, um boa conversa, um simples telefonema. Assumo-me cada vez mais como um velho analógico, tão antigo que sou capaz até de ir a um concerto para ouvir a música, incapaz de ficar aparvalhado a filmar uma coisa que de facto não vi.

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