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Nada nem ninguém passou intocado pela crise. Todos vimos amigos, familiares, conhecidos, caírem no desemprego, emigrar, ter um orçamento brutalmente reduzido, assistimos quase placidamente ao aumentar das desigualdades entre os que mandam e a massa informe a que se convencionou chamar povo.

 

Exacerbaram-se os egoísmos, e chegou-se ao estado actual do «salve-se que puder», tão do agrado dos nossos governantes. Sempre procurei lutar contra este instinto básico, em que o homem perde o que lhe é mais nobre: a capacidade de entreajuda, de se colocar no lugar do outro.

 

Ocasionalmente dou por mim a desejar que um ou outro estafermo se espalhe contra a parede, que morra envenenado com a mordedura da sua língua bífida.

 

Entristece-me profundamente, porque por momentos não sou melhor que eles, apenas mais um náufrago egoísta que se procura agarrar a uma bóia sem olhar para quem está ao lado. Reconhecer que atraiçoamos o nosso modo talvez seja o primeiro passo para que tal não se repita. Ou então não somos tão sólidos como julgávamos, e o nosso carácter, também ele ocasionalmente fraqueja.

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