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a garniza domesticada.jpg

 A garniza amável 


Após uns dias sem blogue, manifestou um dos leitores preocupação pela falta de actualização do mesmo. Sei que não é a qualidade da prosa, mas os afectos que nos ligam. Deslocou-se este vosso servo ao seu abrigo nas portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Sem possibilidades de blogar, viu ao longe as festividades da Senhora do Vale, passeou por fragas e veredas, comeu como um abade e bebeu como vários.

 

as cabras do vizinho.JPGAs cabras do vizinho a dizerem: «Olá, Fernando. Por aqui?»


Sabem os habitués do meu enorme amor e respeito pelos animais, da relação de empatia que crio com facilidade com qualquer bicho. Como São Francisco de Assis com um físico de Buda, nem uma aranha mato, limitando-me a pegar nos rastejantes e expulsá-los porta fora.

 

a burra do meu filho.jpgA «burra do meu filho».

 

Estes dias foram particularmente profícuos no estabelecimento de novas relações: a garniza do vizinho resolveu fazer ninho no meu jardim e tomar banhos de sol na varanda. Ao contrário do comum nestes bichos, em vez de arisca era particularmente sociável, não mostrando receio ou aversão ao contacto humano. As cabras do outro já me conhecem, olham-me beatificamente enquanto roem espinhos. Dei com elas num penedo, num dos seus habituais exercícios de equilibrismo sem rede. Fiz também amizade com uma burra extremamente dócil, que quando perguntei o nome ao meu pequeniníssimo e empedernido morador da frente me disse ser simplesmente «a burra do meu filho». Por entre serras e penedos o baptismo de animais parece um luxo de citadino, e «a burra do meu filho» é um nome tão bom como qualquer outro.

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