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Corredor de fundo afectivo.

por Fernando Lopes, 9 Mar 15

Nunca fui grande conquistador. Tive a minha dose de namoraditas de adolescência, relações de toca-e-foge, beijos e amassos aqui e acolá. Namoradas a sério tive três: uma muito jovem, quando era caloiro na faculdade, numa relação que durou talvez um ano, um longo namoro de nove anos e a mulher com quem casei há mais de vinte. Sou essencialmente um corredor de fundo afectivo, embora às vezes tenha uma pontinha de inveja dos sprinters.

 

Com o avançar da idade questionamo-nos sobre tudo, e o velho cérebro cansado recebe flashes de informação passada. Estava a ler, mais uma noite insone, e um parágrafo recorda-me dos gestos mais eróticos que já tive. Nada particularmente hollywoodesco, coisas simples, a demonstrar quão fraco Casanova está por detrás destas linhas. Num momento recordei: acender dois cigarros e colocar um deles na boca da mulher amada, uma festa ligeira na face e um olhar despojado de tudo. Um segundo que foi (é) uma eternidade. O outro, desejar ardentemente uma mulher, mas porque comprometido, beijá-la na testa como que num pedido de desculpas, tocar-lhe com o indicador na ponta do nariz e virar costas. Miraculosamente, ainda hoje estamos juntos.

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