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Estar-se nas tintas.

por Fernando Lopes, 6 Fev 15

Recentemente, nos anos de uma amiga, travei discussão acalorada com o meu advogado favorito. Boémio, inteligente, vivo, amante de uma boa polémica, o Jorge é nesse aspecto uma alma gémea. Discordámos vivamente, diria exageradamente, um modo que nos é comum. Polémica em alta voz, com entusiamo, vocabulário e imagens impróprias face ao assepticismo em vigor.

 

No tempo que vivemos ninguém quer ser conflitual, com medo de se expor – ou pior ainda – de perder o debate. Não nós. Se a argumentação não for viva, hiperbólica, vai-se a piada.

 

O embaraço de alguns dos presentes trouxe-me a um tema que é muito querido nos tempos que correm: a imagem, o que os outros pensam de nós. Constato que nunca liguei muito ao que pensam de mim. Estou-me nas tintas. Preocupo-me em não afectar as pessoas de quem gosto, de as respeitar, por educação e por uma enorme necessidade de me sentir amado. Essa urgência em sentir-se querido não faz de mim uma prostituta. Desde que considere quem me rodeia, não maltrate ninguém, tudo o resto, o socialmente correcto, é uma irrelevância.

 

Dou por mim a ter pena das pessoas constrangidas, que se preocupam com o que pensam delas, que agem segundo as normas, que se preocupam com o «parece mal». Que vidas infelizes devem ter, manietadas por normas, incapazes de exprimir com entusiasmo infantil o que lhe vai no recôndito da alma, nunca se aventurando no prazer de uma boa discussão.

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