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Não sei, não vi, não recebi, só assinei.

por Fernando Lopes, 7 Jan 15

marques mendes.jpgFonte: observador.pt

Não sou contra os partidos, tenho no entanto enorme dificuldade em aceitar os crápulas que os enxameiam. Fazer parte de um partido, preferencialmente desde a juventude, tornou-se condição sine qua non para ascensão meteórica de medíocres. Olha-se à volta e só se vê deserto; de ideologia, princípios, caráter. Enquanto o sistema não for capaz de expulsar as sanguessugas oportunistas que nele se instalaram, a sua credibilidade para gente de bem é absolutamente nula. Depois, há uns que se destacam por serem particularmente invertebrados, dizendo tudo e o seu contrário. Entre eles, brilha Marques Mendes.

 

Com um programa de «comentário» este personagem menor – e não me estou a referir à altura – ganhou estatuto por ser o chibo de serviço, sempre pronto a bufar publicamente e ao sabor das conveniências do seu partido, informação confidencial sobre decisões ministeriais ou usar fugas de informação selectivas sobre o debatido no Conselho de Estado. Uma espécie de «mulher de soalheiro» da política, que escuta aqui, diz ali, intriga acolá, disso faz vida e é  premiado com um programa de televisão.

 

O caso do SEF é particularmente interessante, já que expôs a ridículo este oráculo de pacotilha. Sócio de uma empresa "JMF - Projects & Business", envolvida no caso dos «vistos gold», Marques Mendes diz que "Pelo menos desde 2011, ainda antes da criação de vistos 'gold', que esta sociedade na prática não tem atividade, no meu caso desde 2011 que não fui convocado para qualquer reunião, não fui a nenhuma reunião, não tomei nenhuma decisão, não auferi um único euro". Sabemos bem para que servem estas sociedades de «consultoria», de Marques Mendes a Passos.

 

Só ligou a António Figueiredo, ex-presidente do Instituto de Registo e Notariado, a «saber como vai o andamento de um processo». Um eufemismo para «mete aí uma cunha e coloca esse processo à frente dos outros». Todos temos noção disso menos o fleumático Mendes, que ainda tem a lata de repetir à saciedade que «quem não deve, não teme».

 

A enxúndia da democracia tem programa de TV, assento no Conselho de Estado, e nada teme. Tudo isto é normal, estamos em Portugal.

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