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"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better."
por Fernando Lopes, 29 Out 12
Discordo dos comentadores políticos que asseguram que o governo actua às cegas, sem orientação ou objectivo. Pelo contrário, Pedro e Gaspar, como os célebres Dupont e Dupond, são duas faces da mesma moeda; o ultraliberalismo de Friedman extrapolado para o Portugal do séc.XXI. Pedro é o boneco giro, bem falante, com uma dicção inatacável; Gaspar o cérebro de toda esta política que visa desmantelar a rede de igualdade e solidariedade que conhecemos como estado social.
Não estão equivocados, estão a levar a cabo o seu programa, que se resume a um estado mínimo, à quebra da solidariedade intergeracional, à disseminação da filosofia do "salve-se quem puder". Desenganem-se os que dão o governo por desconhecedor do impacto do OE 2013.
É uma política de terra queimada, a ideia de criar uma "zombie zone", onde os mortos-vivos matam para assegurar a sua sobrevivência catatónica. Eles sabem bem o que fazem, perseguem os seus objectivos. A "refundação" mais não é do que uma revisão da constituição para acabar de vez com o que resta do estado social. A crise é terreno fértil para o desenvolvimento destas "teorias". Sobre o seu manto diáfano, escondem-se incompetências e dependências dos nossos gestores, bons a governar no tempo de "vacas gordas", um desastre quando os ventos são adversos.
A guarda avançada deste objectivo começa a clamar contra a Constituição da República, uma "força de bloqueio". Entramos em terreno pantanoso, onde a ambiguidade da "abstenção violenta" é tão perigosa como os ímpetos reformistas de ultra-liberais. Esperemos que a não existência António José Seguro, por uma vez, cumpra os mínimos de decência nesta maratona que nos quer destruir enquanto nação solidária.
por Fernando Lopes, 29 Out 12
O mito do cemitério de elefantes não é totalmente falso. Os animais mais velhos não conseguem acompanhar o ritmo da manada e vão ficando para trás. Por outro lado, a vegetação que faz parte da sua dieta habitual é demasiado dura, causando dificuldades extra aos animais seniores, com as presas e dentição muito desgastadas. Assim, debilitados, buscam locais com vegetação baixa e tenra, onde o tempo corre inexorável. Morrem muitos, muito velhos, em áreas relativamente restritas.
Vieram-me estes factos à memória porque Portugal arrisca-se em muito pouco tempo a transformar-se num gigantesco cemitério de elefantes. Ontem, num jantar de amigos, muito consideravam a hipótese de emigrar. Uns para o norte da Europa, outros para o Brasil. Não estou a falar de jovens recém-licenciados, o que seria certamente grave, mas de profissionais prestigiados, alguns a ocupar lugares de chefia. A falta de perspectivas, os baixos salários, a perseguição política, levam gente de reconhecido mérito e talento a colocar seriamente a hipótese de abandonar a sua terra natal.
Ficaremos por cá meia dúzia. Uns porque romanticamente preferem combater antes de desistir, outros, como eu, demasiado velhos para iniciar uma nova vida.
Interessante chegar aqui anos mais tarde aqui e pe...
Achei muito interessante atualmente esta sua posta...
boa tarde , estive neste sitio esta semana e pergu...
O Pretinho do Japão é citado, como profeta, em Ram...