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Pela defesa da iconoclastia

por Fernando Lopes, 19 Set 12

 

Num tempo em que, contrariando a minha ingenuidade optimista, a primavera árabe se transformou num inverno obscurantista e os sionistas persistem na reedição das cruzadas em versão bombas de fósforo, há que saudar a iconoclastia.

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O orçamento da família Lopes para 2013

por Fernando Lopes, 19 Set 12

Como qualquer família, começamos a planear 2013 tendo em conta uma descida de 7% do nosso rendimento líquido. Apesar de termos a felicidade de (por enquanto), não haver desemprego cá por casa, há anos que sentimos a descida do rendimento por duas vias; primeiramente passámos pelo congelamento de salários, em seguida pela sua diminuição. Embora tal não encha páginas de jornal, muitas empresas privadas usam o ambiente depressivo para justificar o corte de salários. Com um de nós isso já sucedeu, um corte de 11,25% a que se somará, previsivelmente, uma nova diminuição de 7%.

 

À cabeça dos cortes planeados está a restauração. Almoço fora todos os dias. Num restaurante acessível em que por pão, sopa, prato de carne ou peixe e café são cobrados 6,50€. Nada de luxo, portanto. Passarei a levar uma sandes de casa. Muito provavelmente o aumento da TSU será o estertor para este sector já moribundo.  A segunda área de cortes é a cultura e lazer. Cinema, livros, revistas, jornais, espectáculos, serão reduzidos à dimensão mínima. Turismo, isto é, férias fora de casa, é um outro item onde se pode poupar uma pipa de massa.

 

As poupanças que planeio, já foram seguidas por muitas outras famílias. Não estamos a inventar a roda, antes a seguir caminho já traçado. Temos sido uns privilegiados, estou consciente disso. Podemos viver com menos, mas cada refeição que poupamos, filme que não vemos, livro que não compramos, concerto a que não assistimos, significa desemprego. Onde termina este poço, ninguém sabe.

 

P.S. - Como qualquer gajo que se preze, tenho os meus vícios. O único verdadeiramente caro é o tabaco. Quando era miúdo comprava Kentucky, Três Vintes, Definitivos e fazia cigarros de enrolar. Trinta anos depois, com quarenta e nove, voltei ao tabaco de enrolar. Mais do que sintomático dos tempos que vivemos, é, acima de tudo, triste.

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