Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Infidelidades.

por Fernando Lopes, 26 Ago 15

O recente ataque de hackers ao maior site de infidelidade do mundo, Ashley Madison, comprometendo os dados de milhões de utilizadores, pôs-me a pensar sobre os quês e porquês de alguém pagar uma quota para ver perfis de homens e mulheres, todos casados, todos disponíveis para uma facadinha no matrimónio.

 

Sou talvez da primeira geração de homens que maioritariamente não se iniciou no amor através de contactos com profissionais. No meio de classe média onde me movia, se bem que alguns tenham frequentado prostitutas ocasionalmente, tal era excepção, não a regra.

 

O casamento é uma sensaboria, todos sabemos disso. Os homens têm noção que o seu sex-appeal cai a um ritmo mais vertiginoso que as bolsas asiáticas quase no dia seguinte ao do casamento. Depois, quando nascem os filhos, o nosso já secundário papel passa ao de mero figurante. Qualquer macho sabe que após a paternidade a prioridade vai para o filho, depois o cão, o periquito e finalmente o marido, que se torna pouco mais que um bibelot falante.

 

Uma sistematização dos tipos básicos de homens infiéis é altamente falível, cada um terá motivações estritamente pessoais. De qualquer modo, mesmo incorrendo no risco de me espalhar ao comprido, posso sintetizar quatro grandes grupos de tipos mais propensos à infidelidade: o mal casado, o egocêntrico, o caçador e o infeliz.

 

Todos os dias lido com mal casados. São homens que não têm orgulho físico ou intelectual no cônjuge. Casaram porque sim. As já não muito esbeltas ou inteligentes companheiras transformaram-se em matronas gordas que vêem telenovelas. Estes infelizes, embora batam no peito sobre os valores de família, sabem que partilham a vida com estafermos obesos, feios e burros. Na comparação qualquer mulher lhes parece melhor e consequentemente arrastam a asa a qualquer uma que possua uma vagina disposta a recebe-los.

 

O egocêntrico é o tipo geralmente razoavelmente bem-parecido que acha que todas caem a seus pés. É conquistador porque acima de tudo está apaixonado por si mesmo. Usa a lisonja – arama que funciona tão bem com as mulheres – para as levar para debaixo dos lençóis. Tem sucesso com mulheres solitárias, que rodeadas de atenções a que não estão habituadas, acham que o bonitão está disposto a mudar o seu estilo que vida por elas. Quase nunca está, e na primeira oportunidade corneará sem apelo nem agravo a novel companheira.

 

O caçador não gosta verdadeiramente de mulheres, mas da caçada. Delimita estratégias, define o alvo, coloca-o sobre mira, e nunca desiste. Verdadeiramente persistente, após o objectivo conseguido pôr-se-á rapidamente a milhas. A excitação está no jogo, nada mais. É capaz de se gabar aos amigos que já dormiu com cem mulheres. Não tem as cabeças como troféu por simples impossibilidade técnica.  

 

O infeliz é o tipo mais comum. As coisas não lhe correm bem e opta muitas vezes pela infidelidade como uma busca pueril de felicidade. Sente-se menos amado que outrora e tenta reencontrar o tempo e o paixão perdidos. É simultaneamente o mais ingénuo e o mais perigoso. É capaz de se apaixonar por quem o não quer e sofrer com isso. É o tipo que cai na esparrela da amante que lhe esvazia a carteira, que se embebeda porque levou uma nega. É o homem que toda a mulher infiel quer forçosamente evitar, pois corre o risco de o ter à janela a gritar para esta abandonar o marido e fugir com ele para uma cabana à beira-mar.

 

Apesar de todas as falhas – e muitas serão – que este pequeno texto possa ter, pode sempre abrir pistas a futuros utilizadores(as) deste tipo de serviço. A infidelidade é um jogo em que as mais das vezes, julgando que se está a ganhar, perde-se.

Autoria e outros dados (tags, etc)

1 comentário

De Masturbador a 14.05.2018 às 17:22

Ao que percebo, os homens traem as suas parceiras, na maioria das vezes, apenas para o sexo casual, para se sentirem conquistadores, se sentirem ativos, que não perderam a habilidade na arte da conquista. Eu costumo sempre dizer ao meu marido, quando estiver com vontade desta "conquista", vá ao banheiro e masturbe-se, até agora creio (novamente, CREIO) que tem funcionado...

Comentar:

De
(moderado)
Este blog tem comentários moderados.
(moderado)
Ainda não tem um Blog no SAPO? Crie já um. É grátis.
Comentário
Máximo de 4300 caracteres
captcha

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Feedback

subscrever feeds