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Sinais de sucesso do “programa”.

por Fernando Lopes, 12 Dez 13

Morro de cólicas cada vez que ouço Maria Luís Albuquerque referir-se ao “programa”. Raramente se lhe ouviu associar ao substantivo “programa” a palavra “ajustamento”. No reino dos eufemismos a menção da palavra “programa” dá um ar de inocuidade e inevitabilidade às medidas impostas pela troika, como se estas fossem o único caminho possível.

 

Ora, o “programa” é um sucesso, posso garantir-vos. Hoje, numa curta visita pelas lojas, notei que tudo, rigorosamente tudo, está em promoção. O “enorme aumento de impostos” teve como consequência que os portugueses que ainda têm trabalho ficassem privados de 1/14 avos do seu rendimento anual. Não há dinheiro e as empresas fazem promoções a tudo o que mexe. Na Bertrand, 25% de desconto em milhares de livros. A LeYA está com uma campanha de pague 1 leve 2, Zara, Cortefiel e a maioria das lojas de vestuário publicitam promoções de 30 a 50%, e até as empresas de brinquedos, que facturam na época natalícia 70% do total do ano, estão com reduções acentuadas dos preços.

 

Se o objectivo era deixar os portugueses sem cheta e os comerciantes à beira de um ataque de nervos, não há dúvida que o “programa” está a ser um êxito.

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3 comentários

De golimix a 15.12.2013 às 12:18

Cada euro aqui é contado! Não que eu nunca poupasse, aliás na casa dos meus pais onde abundância era algo raro, a poupança era a palavra de ordem. Mas depois de curso tirado e ganhando algo mais decente conseguia ir comprando alguns livros, ir algumas vezes ao teatro, ao cinema e até volta e meia a concertos! Ainda dava para comprar alguma roupa, claro que só em época de saldos, mas dava. Agora?
Agora livros? Só oferecidos. Teatro? Não me lembro de ir a uma peça sem ser gratuita. Concertos? Não tenho para o preço que cobram. Por aqui dá para comer e pouco mais

E claro! Sou funcionária do Estado e ex-classe média.

De Fernando Lopes a 15.12.2013 às 12:25

Sem ser rico, longe disso, tinha uma vida confortável. Hoje, com a mulher desempregada e uma "reestruturação" à porta, não sei se em breve não estaremos nas estatísticas dos casais desempregados. Temos dinheiro para sobreviver uns anos sem stress, mas e quando acabar? Isto é um programa ideológico de empobrecimento e as vítimas primeiras são precisamente a classe média, os que tinham meia-dúzia de tostões.

De golimix a 15.12.2013 às 12:30

Triste...

Estamos mais ou menos no mesmo.

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